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Cofina dispara mais de 8% após OPA sobre a Media Capital
As ações da Cofina regressaram à negociação esta segunda-feira com uma subida de mais de 8%, depois do anúncio da OPA sobre a Media Capital, no sábado. A dona da TVI está em queda, com os títulos ainda 6% acima do valor da OPA.
As ações da Cofina estão a registar uma forte subida na bolsa de Lisboa esta segunda-feira, 23 de setembro, a reagir ao anúncio da OPA sobre a Media Capital que a dona do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios realizou este sábado.
Os títulos da Cofina disparam 8,38% para 53 cêntimos, o que corresponde ao valor mais elevado desde 20 de agosto. Já a Media Capital desliza 2,36% para 2,48 euros, mais de 6% acima da contrapartida de 2,3336 euros por ação oferecida pela Cofina.
A negociação das ações das duas empresas estava suspensa desde o passado dia 17 de setembro, uma medida que foi levantada esta manhã, como assinalou um comunicado da CMVM. "O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou (…) o levantamento da suspensão da negociação das ações do Grupo Media Capital, SGPS SA e das ações da Cofina – SGPS, SA, na sequência da divulgação de informação relevan?te", refere o comunicado do regulador.
Este regresso à negociação acontece depois de a Cofina ter anunciado, no sábado, o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Media Capital, que avalia a empresa que detém ativos como a TVI e a Rádio Comercial em 255 milhões de euros.
A contrapartida oferecida pelas ações da Media Capital que estão em bolsa é de 2,3336 euros. Uma vez que a percentagem de capital que não está em mãos de acionistas de referência é reduzido, o valor desta oferta é inferior a 10,5 milhões de euros. O free float da Media Capital é de apenas 0,26%.
Já a Prisa, que detém através da Vertix 94,69% do capital da Media Capital, vai receber uma contrapartida máxima de 2,1322 euros, no âmbito do acordo. Esta operação representa um encaixe de 170,6 milhões de euros para a Prisa, de acordo com um outro comunicado emitido pela empresa espanhola. Este valor representa uma menos-valia de cerca de 76 milhões de euros para as contas da Prisa.
Os restantes 5% da Media Capital estão nas mãos da Abanca.
A diferença entre o encaixe da Prisa e o valor pago aos outros investidores que têm ações da Media Capital face aos valor reportado pela Cofina justifica-se pelo facto de a empresa liderada por Paulo Fernandes assumir a dívida da dona da TVI.
"Caso a aquisição da referida participação venha a ser positivamente apreciada pelos reguladores, o seu financiamento está assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização de um aumento de capital", explica a Cofina num comunicado enviado às redações. "Excluindo a percentagem do capital em free-float, o aumento de capital está garantido em mais de 50% pelos atuais acionistas de referência, sendo, no entanto, possível que entrem novos investidores com posições qualificadas", adianta a mesma fonte.
A Cofina adianta este sábado que o projeto "passa por manter as linhas editoriais dos diferentes meios de comunicação social que detém e que passará a deter, bem como todos os profissionais que estejam dispostos a colaborar neste novo projeto. Esta aquisição garante a existência de um grupo de media independente e capaz de reforçar o papel que os media têm enquanto pilar essencial à vida de uma sociedade democrática."
A empresa liderada por Paulo Fernandes realça ainda que esta operação vai criar "um grupo financeiramente forte", o que garante a "independência editorial e a criação de valor para todos os stakeholders, incluindo colaboradores, acionistas, clientes, fornecedores e parceiros."