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China leva PSI-20 a pontuação mais baixa do último mês
A desvalorização da moeda chinesa ditou uma queda das acções europeias. Lisboa não escapou à tendência. Jerónimo, CTT, BCP e EDP fizeram uso do estatuto de peso pesado e foram as que mais penalizaram o índice PSI-20.
Foi uma terça-feira de quedas na bolsa de Lisboa, a acompanhar o desempenho que se sentiu em toda a Europa. Na praça portuguesa, apenas a Semapa ganhou terreno e a Impresa negociou inalterada. O restante comportamento foi num só sentido: negativo.
Os mercados internacionais foram esta terça-feira afectados por uma decisão tomada pela China. A segunda maior economia do mundo decidiu desvalorizar a sua moeda, o yuan, em 1,9% face ao dólar norte-americano, uma dimensão inédita em 20 anos, numa forma de impedir a desaceleração da sua economia.
As bolsas europeias negociaram em fortes quedas, penalizando sobretudo as empresas exportadoras, acompanhando as descidas em torno de 1% que se marcam em Wall Street. O índice que junta as 600 maiores empresas europeias, o Stoxx Europe 600, perdeu 1,6% para 393,53 pontos.
A maior queda foi da bolsa alemã, com o DAX-30 a ceder 2,7% num dia em que foi revelado que a confiança dos investidores caiu inesperadamente em Agosto.
Na Europa, a excepção foi a Grécia, com o índice helénico a somar 2,1%, depois de se ter chegado a um acordo de princípio sobre as medidas que irão constar do memorando de entendimento associado ao terceiro resgate financeiro a Atenas.
Assim, e depois do ganho de ontem, o português PSI-20 recuou 1,82% para 5.516,37 pontos, contando com 16 cotadas em terreno negativo, uma inalterada e uma em alta. O índice de referência da praça nacional está no valor mais baixo em um mês, em 8 de Julho.
Retalho e telecomunicações com descidas acima de 1%
A empresa que mais contribuiu para a desvalorização de Lisboa foi a Jerónimo Martins. A dona dos supermercados Pingo Doce cedeu 3,29% para terminar nos 13,085 euros por acção. A detentora dos supermercados concorrentes, a Sonae, fechou nos 1,23 euros, resultado de uma quebra de 2,15%.
A pesar no desempenho do PSI-20 estiveram, igualmente, os CTT, com uma queda de 2,90% para 9,023 euros. O Diário Económico escreve hoje que a ausência de novos passos na venda do ActivoBank, por parte do BCP, está a arrefecer o seu interesse naquele banco digital. A Nos perdeu 1,11% para 7,502 euros.
A Pharol voltou a perder terreno: caiu 1,43% para 0,276 euros, num dia em que estreou um novo mínimo histórico (0,275 euros). O desempenho da Pharol tem sido negativo, estando a perder mais de dois terços do valor em 2015.
Banca e energia em queda
O Banco Comercial Português também esteve no leque de cotadas que mais penalizou o índice, continuando a tendência negativa que também vem marcando. O banco liderado por Nuno Amado perdeu 2,82% para 6,2 cêntimos. No sector da banca, o BPI perdeu 1,84% para 0,961 euros enquanto o Banif recuou 1,64% e está nos 0,6 cêntimos.
Na energia, a EDP perdeu 1,33% para 3,333 euros enquanto a Renováveis fechou nos 6,42 euros, com uma descida de 0,68%. Em dia de depreciação em torno de 3% e 4% do preço do petróleo nos mercados internacionais, a Galp Energia negociou com uma descida de 0,78% para 10,115 euros.
A Imprensa fechou inalterada nos 0,78 euros enquanto a única subida na praça portuguesa foi a da Semapa, com um avanço de 0,31% para 12,99 euros. Mesmo a sua papeleira, a Portucel, recuou 2,91% para 3,643 euros.
(Notícia actualizada às 16h50 com mais informações)