A confiança dos investidores alemães caiu inesperadamente este mês, sinalizando receios que o abrandamento global possa pesar no desempenho da maior economia europeia.

O índice Zew que mede as expectativas dos investidores e analistas germânicos caiu de 29,7 pontos em Julho para 25 pontos em Agosto. Os economistas consultados pela Bloomberg estimavam um aumento para 31,9 pontos, de acordo com a agência de informação.

Este indicador tem o objectivo de antecipar a evolução da economia com seis meses de antecedência.

No mês passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou as suas estimativas para o crescimento da economia global, destacando a turbulência nos mercados financeiros na Grécia e na China.

"Por um lado, a questão grega está resolvida, de modo que deverá impulsionar os mercados", explicou, em declarações à Bloomberg Anatoli Annenkov, economista do Société Générale, em Londres. "Por outro lado, em Agosto tivemos um foco maior nas ‘commodities’ e na China, e algumas destas questões têm vindo a colocar um pouco de nova incerteza no mercado".

Esta terça-feira, as autoridades chinesas decidiram depreciar o yuan em 1,9%, a maior desvalorização desde meados dos anos 90.

A Grécia chegou a um entendimento com os credores para o terceiro resgate ao país, faltando apenas ultimar alguns detalhes para que o acordo possa ser levado ao parlamento de Atenas e, depois, ao Eurogrupo.  

A economia alemã continua suportada por uma taxa de desemprego em mínimos e taxas de juro que estão a impulsionar o consumo privado. A confiança dos empresários subiu em Julho, e o PMI para a indústria e serviços sinalizou crescimento.

O crescimento do PIB terá acelerado para 0,5% no segundo trimestre deste ano, de acordo com uma estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg, antes da divulgação dos dados na sexta-feira.