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Bolsas europeias afundam para mínimos de dois anos

As bolsas europeias acentuaram as quedas registadas no arranque da sessão e já recuam mais de 2%, negociando em mínimos de Dezembro de 2016. Os receios em torno da guerra comercial entre EUA e China, após a detenção da CFO da Huawei e a forte queda do petróleo são as principais causas deste novo “sell-off”.

Reuters
06 de Dezembro de 2018 às 11:31
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As bolsas europeias seguem a perder mais de 2% na generalidade dos países. Os principais índices negoceiam mesmo em mínimos de dois anos, numa altura em que o sector petrolífero é o que mais cai (3,18%), a reflectir a queda abruta da matéria-prima.

 

O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a deslizar 2,25% para 346,31 pontos, recuando assim para o nível mais baixo desde Dezembro de 2016. Mas não é o único. O alemão DAX e o britânico Footsie estão a ceder para níveis de há dois anos. Já o francês CAC está a cair para níveis de Fevereiro de 2017.

 

A contribuir para este cenário estão essencialmente dois factores: os receios em torno da guerra comercial entre EUA e China e a queda acentuada dos preços do petróleo.

 

Os receios em torno da guerra comercial foram espoletados pelas notícias que revelaram a detenção da CFO da Huawei, Wanzhou Meng, que também é filha do fundador da tecnológica chinesa. A responsável foi detida no Canadá por suspeitas de violação das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irão.

 

Estas notícias chegam numa altura em que Pequim e Washington estão sentados à mesa das negociações, depois de terem acordado umas tréguas durante 90 dias. Apesar dos receios, ainda esta manhã a China já anunciou que os dois países chegaram a acordo sobre algumas questões e que esses acordos serão implementados de forma imediata por Pequim.

 

A pesar na negociação desta manhã está ainda o petróleo, cujos preços estão a deslizar mais de 4,5%, depois da Arábia Saudita ter defendido um "corte moderado" na produção. O ministro da Energia da Arábia Saudita revelou esta quinta-feira, 6 de Dezembro, que ainda não existe acordo para o cartel e os seus aliados reduzirem a produção da matéria-prima e defendeu que apenas é necessário efectuar um "corte moderado".

 

As expectativas entre os investidores estavam elevadas, depois de nos últimos dias a Rússia ter-se juntado à Arábia Saudita nos cortes de produção.

 

A dimensão destes cortes será anunciada esta quinta-feira, depois de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se reunirem e discutirem a questão.

A pesar na negociação está ainda a inversão da curva de rendimentos. A queda dos juros nos EUA tem sido mais pronunciada nos prazos mais longos, o que resultou numa inversão da curva das yields no arranque desta semana, aumentando os receios de que a próxima recessão já esteja à espreita.


Porque, como sublinham os analistas consultados pela Bloomberg, foi precisamente isso que aconteceu nos últimos 40 anos: cada vez que se registou uma inversão da curva de rendimentos, os Estados Unidos entraram em recessão pouco tempo depois. As duas últimas ocorreram no final da década de 1990 e em 2008, o ano que marcou o início da última grande crise financeira.

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