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BCP perde 767 milhões em três semanas de quedas em bolsa
Três semanas de quedas acentuadas levaram as acções do BCP a desvalorizarem 40%, o que cortou 767 milhões de euros à capitalização bolsista do banco.
As acções do Banco Comercial Português fecharam a sessão a valorizar 6,29% para 0,019 euros (1,9 cêntimos), uma prestação insuficiente para apagar o desempenho negativo na semana. Nas últimas cinco sessões os títulos acumularam uma queda de 13,64%, naquela que foi a terceira semana negativa em bolsa para o maior banco privado português.
Na primeira semana de fortes quedas (30 de Maio a 3 de Junho) as acções perderam um quarto do valor, na seguinte (6 a 10 de Junho) recuaram 8,33% e na que hoje termina desvalorizaram mais 13,6%.
Se estas três semanas foram de quedas acentuadas, as anteriores também não foram positivas. Desde o ciclo de cinco dias terminado a 22 de Abril que as acções não acumulam uma semana de ganhos. Desde então caíram em sete semanas e ficaram estáveis em duas.
Nas últimas três semanas as acções perderam 40,6% e nas 15 sessões deste período fecharam em alta apenas por duas vezes (a 7 de Junho dispararam 15,25% e hoje ganharam 6,29%).
Em termos de valor de mercado, a quebra em três semanas foi de 767,5 milhões de euros, com o BCP a passar da sexta para a 11ª posição na lista das maiores capitalizações da bolsa nacional. O banco está a ser avaliado em bolsa nos 1.145 milhões de euros, já abaixo dos CTT.
E a diferença do BCP para a cotada mais valiosa também é cada vez maior. Se no final de 2015 a EDP valia 4,2 vezes mais que o BCP, actualmente o mercado avalia a eléctrica em mais 9,7 vezes que o banco. A perda de músculo do BCP deixou-o também na linha de mira da Corticeira Amorim: a distância para a 12ª mais valiosa do PSI-20 é inferior a 200 milhões de euros.
O valor de mercado é um indicador essencial para as cotadas se manterem em índices de referência internacionais. E isso já causou mossa nas acções do banco, após terem sido excluídas do MSCI Global no início de Junho.
A saída dos índices MSCI foi uma das justificações para o fraco desempenho do BCP em Bolsa. Mas os investidores mostraram-se sobretudo preocupados com a possibilidade de o banco liderado por Nuno Amado ter de aumentar capital. Um cenário que o CEO do banco colocou de parte, mas que foi insuficiente para descansar os investidores.
Nas sessões mais recentes o BCP foi sobretudo penalizado pelo movimento de fuga ao risco que penalizou os mercados accionistas, com uma incidência particular no sector financeiro, devido aos receios com o resultado do referendo no Reino Unido.