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BCP dispara quase 13% na maior subida desde 2014
Depois de cinco sessões de fortes quedas - em que acumulou uma desvalorização de 27% - o BCP disparou quase 13%, na maior subida do último ano e meio. Esta quinta-feira, trocaram de mãos quase 500 milhões de acções do banco.
As acções do BCP encerraram a sessão desta quinta-feira, 21 de Janeiro, a valorizar 12,72% para 3,81 cêntimos, a maior subida desde o dia 1 de Julho de 2014.
O banco liderado por Nuno Amado esteve a recuperar de cinco sessões consecutivas de fortes perdas, em que as acções acumularam uma desvalorização de 26,99%. Na sessão de ontem, os títulos atingiram mesmo o valor mais baixo desde Setembro de 2012, ao tocarem nos 3,12 cêntimos.
Além da subida das acções, a sessão ficou marcada por uma elevada liquidez no BCP. Esta quinta-feira, trocaram de mãos mais de 493 milhões de títulos do banco, quando a média diária dos últimos seis meses não vai além dos 273 milhões.
Os títulos do BCP têm sido arrastados pela conjugação de uma série de factores que vão desde o impacto do Novo Banco para o sector financeiro nacional, a incerteza regulatória na Polónia e o agravamento da percepção de risco de Portugal, que penaliza as acções da banca portuguesa.
Esta evolução dos títulos do BCP acontece num dia de forte recuperação para as bolsas europeias, animadas pela possibilidade de um reforço dos estímulos do Banco Central Europeu (BCE) à economia do euro, como admitiu esta quinta-feira, o presidente da instituição, Mario Draghi.
O BCP garante não estar preocupado com a análise que a autoridade monetária está a levar cabo na Zona Euro para avaliar a dimensão do crédito malparado na banca e considera mesmo que esta é uma "oportunidade", defendendo que desde 2009 o banco elimina do balanço estes empréstimos problemáticos.
"Vejo-o como uma oportunidade (…). Portugal está pronto para isto e daremos a informação que for pedida quando houver pedido, mas não estamos preocupados", disse Miguel Maya Pinheiro, vice-presidente do banco, à Reuters.
Esta agência noticiou na terça-feira que o BCE pediu a vários bancos da zona euro – em particular os italianos - informação sobre o seu crédito malparado (com incumprimento há mais de 90 dias), com o objectivo de emitir recomendações para que o sector possa lidar com empréstimos incobráveis.
Apesar da forte recuperação desta quinta-feira, as acções do BCP perdem 22,25% desde o início do ano.