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BCP não está preocupado com análise do BCE ao malparado

O vice-presidente do BCP não sabe se o banco já foi contactado pela autoridade europeia, mas diz que está pronto a prestar informação sobre incumprimento em empréstimos cujo nível, garante, "não é preocupante".

O CaixaBI recomenda “comprar” para o BCP, tendo uma visão “positiva” para o banco no contexto da recuperação económica em Portugal. A recuperação do balanço do banco liderado por Nuno Amado deverá continuar este ano, beneficiando com a melhoria da margem financeira e a redução dos custos do risco de crédito.
Reuters
21 de Janeiro de 2016 às 15:44
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O BCP diz não estar preocupado com a análise que o Banco Central Europeu está a levar cabo na zona euro para avaliar a dimensão do crédito malparado na banca e considera mesmo que esta é uma "oportunidade", defendendo que desde 2009 o banco elimina do balanço estes empréstimos problemáticos.

"Vejo-o como uma oportunidade (…). Portugal está pronto para isto e daremos a informação que for pedida quando houver pedido, mas não estamos preocupados", disse Miguel Maya Pinheiro, vice-presidente do banco, à Reuters.

Esta agência noticiou na terça-feira que o BCE pediu a vários bancos da zona euro – em particular os italianos - informação sobre o seu crédito malparado (com incumprimento há mais de 90 dias), com o objectivo de emitir recomendações para que o sector possa lidar com empréstimos incobráveis.

Maya Pinheiro diz contudo que não sabe se o banco central já contactou o BCP ou se virá a fazê-lo. "Como qualquer instituição que dá crédito, ter empréstimos malparados faz parte, mas não é preocupante", defendeu.

De acordo com dados do FMI citados pela Reuters, o malparado na zona euro mais do que duplicou desde 2009, estando próximo de um bilião de euros no final de 2014 e penalizando a capacidade de crédito das instituições.

Entre as recomendações do BCE poderá vir a estar a contratação de mais elementos para as equipas que acompanham estes créditos, a realização de mais provisões ou a alteração de procedimentos internos.

Nos últimos dias a banca italiana foi particularmente afectada por estas notícias. O Monte dei Paschi di Siena, o banco mais antigo do mundo, atingiu ontem um valor mínimo histórico em bolsa, numa altura em que o CEO da instituição reconhecia também levantamentos massivos aos balcões e a transferência de dinheiro para outros bancos considerados mais sólidos.

Em Lisboa, as acções do BCP recuperam esta quinta-feira terreno – disparam 7,69% para 0,0364 euros – depois de cinco sessões de fortes quedas que levaram o título a mínimos de mais de três anos, também perante as reticências dos investidores internacionais à solução encontrada para capitalizar o Novo Banco, que penalizou obrigacionistas da instituição com a transferência dos seus títulos para o BES.

Em relação aos custos que serão imputados pela conversão de créditos em francos suíços para zlotys ao sector financeiro polaco – onde o BCP está presente através do Millennium Bank -, o vice-presidente admitiu que essa decisão poderá "reduzir a rentabilidade por algum tempo", mas disse acreditar que isso "não colocará em perigo a solvabilidade do banco nem na Polónia nem em Portugal, nem no pior cenário". E garantiu ainda que o banco português está "preparado para qualquer cenário, dentro dos cenários que são conhecidos". 

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