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BCP tem a terceira maior queda semestral da história ao afundar quase 50% em bolsa

O banco liderado por Miguel Maya liderou as quedas semestrais entre as cotadas portuguesas, com uma desvalorização de quase 50% neste período. É preciso recuar até às crises de 2008 e 2011 para se registarem quedas superiores.

Miguel Baltazar
30 de Junho de 2020 às 18:17
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O Banco Comercial Português teve a terceira maior desvalorização semestral da sua história em bolsa, ao afundar 47,19% no período entre janeiro e junho deste ano, acompanhando a má prestação de toda a banca na Europa na primeira metade do ano.

De acordo com os cálculos do Negócios, com base nos dados divulgados pela Bloomberg, é preciso recuar até ao primeiro semestre de 2008 e ao segundo semestre de 2011 para se registarem quedas superiores. Na altura, o BCP desvalorizou 47,67% e 66,82%, respetivamente. 

Neste período, as ações do banco liderado por Miguel Maya renovaram mínimos históricos por duas sessões consecutivas, em maio, com cada título a valer 8,5 cêntimos. 

Com a atual pandemia a figurar-se como a principal protagonista do período em análise nas bolsas em todo o mundo, o setor da banca no "velho continente" foi um dos mais prejudicados, com uma desvalorização de 34,36%. A liderar este sentimento negativo entre os bancos europeus esteve o espanhol Banco Sabadell, que afundou mais de 70%, seguido do Bank of Ireland, com uma queda de cerca de 62%. 

As fortes injeções de dinheiro dos bancos centrais em todo o mundo, e do Banco Central Europeu (BCE) em particular, com as políticas de flexibilização monetária a coordenar a atuação das instituições, acentuaram ainda mais o impacto que as taxas de juro em níveis negativos na região já vinham a ter antes da pandemia.

A queda robusta do setor da banca na Europa foi apenas superada pelo tombo sentido no setor do turismo na região, que desvalorizou 38% no primeiro semestre deste ano. 

Se se encurtar o rácio da análise para o segundo trimestre deste ano, o cenário é outro. O maior banco privado português sonseguiu uma valorização de 4,39%, recuperando de um primeiro trimestre "negro", em que as ações do banco caíram 49%. 

Esta valorização foi em linha com o sentimento europeu, em que a banca do "velho continente" ganhou 7,19%.
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