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BCP prepara-se para a maior queda anual desde 2011

2016 ficará para a história do BCP como um ano de muitas novidades. Houve entrada de novos accionistas, testes de stress, o regresso aos prejuízos, o interesse no Novo Banco… Mas o balanço em bolsa é negro.

Miguel Baltazar/Negócios
29 de Dezembro de 2016 às 14:29
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As acções do BCP estão a subir 2,51% para 1,0661 euros, tendo esta quinta-feira, 29 de Dezembro, tocado já num novo mínimo histórico, ao negociar nos 1,02 euros.

 

A queda recente das acções do banco liderado por Nuno Amado eleva para 71,08% a descida acumulada dos títulos desde o início do ano. Esta é a maior queda anual desde 2011, ano marcado pelo resgate financeiro de Portugal e o fecho dos mercados à banca nacional.

 

O BCP tem estado sob forte pressão, sendo que nos últimos tempos a pressão tem sido proveniente mais do contexto internacional, com os investidores apreensivos em relação à banca europeia, com especial destaque para a italiana, numa altura em que se aguardam os contornos do resgate público do Monte dei Paschi.

 
Dos lucros aos prejuízos, com entrada de novos investidores

O arranque do ano teve essencialmente dois pontos positivos para o BCP. O regresso aos lucros, com o banco a revelar que terminou 2015 com um lucro de 235,3 milhões de euros. E com o aumento e alargamento do programa de compra de activos por parte do Banco Central Europeu (BCE).

 

Em Maio conheceu-se também o interesse do BCP no Novo Banco, com o presidente a afirmar que: "Se pudermos, analisaremos" a compra do Novo Banco.

 

A contribuir para o ânimo dos investidores esteve também o anúncio do BCP sobre o pedido ao BCE para devolver um terço dos Coco’s. Apesar do anúncio ter sido feito no início de Junho, este reembolso ainda não se concretizou. Dos 3.000 milhões de euros injectados em 2012, o banco conserva ainda 750 milhões nestes instrumentos.

 

Em Junho, chegou também a especulação sobre a necessidade de aumento de capital, o que provocou quedas abruptas nas acções e a necessidade de Nuno Amado se pronunciar sobre o assunto.

Julho foi marcado por várias notícias com impacto no banco. Foram divulgados os testes de stress, com a instituição financeira a ficar com mais de 7% de capital no cenário adverso destes exercícios. E foram conhecidos os resultados do primeiro semestre, com o banco a registar prejuízos de 197,3 milhões de euros.

 

No final do mês, foi revelado que a Fosun queria entrar no capital do banco, demonstrando-se disponível para ir até aos 30% do capital do banco. Os chineses acabaram por ver aprovadas as condições impostas para a entrada no capital, nomeadamente o aumento do limite de votos de 20% para 30%, e entraram no BCP a 1,1089 euros, passando a ser o maior accionista.

Esta operação levou a que a Sonangol, accionista de referência, tivesse também pedido para superar os 20% no capital do banco, algo que o BCE já aprovou.

A entrada da Fosun no capital do BCP levou a que o Sabadell, accionista histórico, vendesse a sua posição, que era de 4,1%. O Sabadell revelou que ,"com a entrada da Fosun, só nos restava aumentar a nossa participação ou retirar-nos da corrida ao controlo do BCP". Tendo acrescentado que, "como os chineses querem aumentar a sua participação, o razoável é nós reduzirmos a nossa".

No final do ano, a instituição liderada por Nuno Amado concretizou a fusão das acções, com os accionistas a passarem a ter um título por cada 75 detidos, levando cada acção a valer 1,34 euros. Desde então, já perdeu 23% do seu valor.

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