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BCP cede pelo segundo dia mas continua acima de 1,30 euros

A antecipação à fusão de acções deu ganhos ao banco liderado por Nuno Amado. Já a concretização tem trazido perdas. Hoje, o BCP voltou a recuar ainda que muito ligeiramente. A volatilidade tem sido elevada.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Outubro de 2016 às 17:02
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Apesar de ter aliviado das perdas no final da sessão, o Banco Comercial Português voltou a recuar na Bolsa de Lisboa. As acções do banco sob o comando de Nuno Amado (na foto) fecharam a cair nos dois dias que se seguiram à fusão de títulos.

 

Esta terça-feira, os títulos do BCP perderam 0,12% do seu valor para cotar nos 1,3034 euros, seguindo-se à queda superior a 2,5% de segunda-feira. 

 

Tal como já tinha ocorrido na sessão anterior, o BCP voltou a sentir volatilidade esta terça-feira. O banco oscilou entre uma perda de 8,35% e uma valorização de 1,07% durante a sessão de hoje. No fecho, conseguiu sempre ficar acima de 1,30 euros.  

 

A queda do BCP foi mais ligeira do que a registada pelo índice português PSI-20, que resvalou 0,63%. Este foi um dia negativo para grande parte da Europa e também para o sector da banca.

 

Foram transaccionadas mais de 4 milhões de acções do BCP, mais do que as trocadas ontem. Ajustando dos efeitos da fusão de acções (que juntou 75 antigas acções numa acção nova), o volume está em linha com a média dos últimos seis meses.

 

Com esta desvalorização, o BCP continua a contrariar os ganhos que anteciparam a fusão de acções, que ocorreu de sexta para segunda-feira. Desde que tinha sido definida a data para a fusão de acções, no final de Setembro, os títulos tinham valorizado cerca de 20%. Agora que a operação se concretizou, a evolução tem sido negativa.

Apesar deste desempenho, a Bloomberg fez as contas às avaliações feitas por seis bancos de investimento e concluiu que o "preço-alvo" médio é de 1,775 euros, o que oferece um potencial de subida de 37,6% ao banco. 

Não se sabe quantas acções sobrantes houve

 

Neste momento, o BCP está a vender algumas das suas antigas acções, de quando ainda cotava em cêntimos. O banco não revela quantas acções sobraram da fusão de acções, apesar das perguntas do Negócios. O banco reagrupou blocos de 75 títulos e teve de pagar 2,57 cêntimos se houvesse acções, por titular, que não fossem alvo de reagrupamento. Para isso, incorria num custo máximo de 154 mil euros se cada accionista tivesse 74 acções sobrantes. O BCP ficou responsável por promover a venda destas acções sobrantes, por conta dos titulares mas sem quaisquer encargos para estes, no mercado. Esse dinheiro deverá chegar aos accionistas, acredita a instituição financeira, até 8 de Novembro. Mas, apesar das perguntas do Negócios, o BCP não revela quantos accionistas ficaram com títulos sobrantes da fusão.

 

O reagrupamento de acções, autorizado desde Abril, aconteceu para satisfazer uma das condições impostas pelos chineses da Fosun. Este era um dos obstáculos que o grupo detentor da Fidelidade e da Luz Saúde colocou para concretizar a compra de 16,7% do BCP e a possibilidade de compra de até 30% do banco.

 

Para que esta operação pudesse avançar, foi necessária uma alteração ao Código de Valores Mobiliários para que houvesse enquadramento jurídico para um reagrupamento de acções sem que o capital social fosse reduzido. O Governo promoveu essa alteração, que teve aceitação por parte do Presidente da República em menos de 48 horas. 

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