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BCE dá luz verde a Atenas para reabrir a bolsa
A proposta do Governo grego para a reabertura dos mercados foi aprovada pelo Banco Central Europeu. Falta agora o Ministério das Finanças definir o dia em que as bolsas vão voltar a funcionar.
O Banco Central Europeu deu autorização às autoridades gregas para que avancem com a reabertura dos mercados financeiros, indicou à Bloomberg fonte oficial da Bolsa de Atenas.
Cabe agora ao Ministério das Finanças grego decidir a data de reabertura dos mercados do país, bem como as restrições que continuarão a ser impostas, o que será inscrito num decreto que será publicado pelo Governo helénico.
A autoridade monetária europeia tinha demonstrado receios com uma reabertura extemporânea e sem controlo dos mercados financeiros do país, devido ao impacto que uma forte queda das acções e outros títulos poderia ter no já muito debilitado sector financeiro.
Segundo o jornal grego Kathimerini, os investidores estrangeiros poderão fazer transacções ilimitadas, ao passo que os investidores gregos poderão comprar acções, quer com dinheiro novo (dinheiro ou transferências do exterior) ou utilizando o dinheiro disponível no crédito residual das corretoras.
Faz amanhã precisamente um mês desde que a bolsa de valores do país foi encerrada, na mesma altura em que foram impostos controlos de capitais e que os bancos do país fecharam portas. No dia 26 de Julho o principal índice da bolsa de Atenas subiu 1,62%, sendo que também há um mês que não são negociados títulos de dívida e os resgates de fundos de investimento estão congelados.
Já hoje foi anunciado que o regulador do mercado de capitais grego alargou até 3 de Agosto o período em que estão banidas as operações de "short selling" com todas as acções cotadas na bolsa de Atenas. A medida, aprovada pelo regulador europeu ESMA, tem como justificação a "protecção dos investidores e a ameaça à estabilidade financeira".
Os bancos reabriram na passada segunda-feira e, este sábado, o governo grego voltou a suavizar as restrições bancárias. Os cidadãos gregos podem agora levar consigo 2.000 euros em dinheiro ou o seu equivalente em moeda estrangeira nas suas viagens ao estrangeiro, e pais com filhos a estudar fora da Grécia podem transferir 5.000 euros por trimestre.
Ao mesmo tempo, o governo permitiu a transferência para o estrangeiro de um máximo de 2.000 euros para gastos médicos.
Para ultrapassar as restrições que tiveram impacto nas importações, o Banco da Grécia anunciou na sexta-feira que irá agilizar o processo de pagamentos comerciais ao estrangeiro.
Nesse sentido, vai aumentar, com efeitos imediatos, de 50.000 a 100.000 euros a transferência que cada cliente poderá efectuar para gastos com as importações.
Entretanto, mantém-se o limite de 60 euros por dia ou 420 por semana nos levantamentos de dinheiro em caixas automáticas.