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Bank of America prevê montanha-russa nas bolsas dos EUA

Esqueça as eleições intercalares americanas, o jornalista assassinado, o Brexit ou a guerra comercial. O maior motivo para se esperar uma volatilidade duradoura nas bolsas dos EUA é o mais simples: chegou o momento.

Reuters
23 de Outubro de 2018 às 18:09
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Os analistas do Bank of America Merrill Lynch consideram que a evolução da curva dos juros dá sinais claros de que os mercados de acções vão iniciar uma nova era de grandes oscilações.

 

"A evolução da curva dos juros sinalizou a retirada de liquidez e, nos últimos três ciclos, precedeu em alguns anos o aumento da volatilidade", afirmou a nota de análise divulgada esta semana pela equipa que inclui Savita Subramanian. A curva tem vindo a achatar-se "ao longo dos últimos dois anos".

 

Trata-se de uma versão do argumento de aperto quantitativo para justificar a maior volatilidade: a tranquilidade sem precedentes observada nos mercados accionistas até ao início do ano era consequência do extraordinário estímulo global e está a reverter-se com a mudança na maré de liquidez.

 

A previsão do Bank of America – semelhante à de outras instituições – chega num momento em que investidores tentam decidir se a turbulência actual nas bolsas é algo temporário ou uma mudança fundamental.

 

Hedge funds que ganharam fortunas ao apostar contra oscilações das acções voltaram a registar perdas, o que lembra o tumulto ocorrido em Fevereiro.

 

Previsão repetida

De certa forma, o Bank of America está a repetir uma previsão anterior de contracção da liquidez até o final do ano. Até agora, as evidências parecem confirmar as expectativas dos estrategas. O índice de condições financeiras dos EUA calculado pelo Goldman Sachs — que acompanha juros, spreads de crédito, acções e dólar — tem mostrado um aperto cada vez maior.

 

Desde o início de Outubro até segunda-feira, o S&P 500 caiu 5,4%, enquanto o Cboe Volatility Index — ou VIX, que mede a volatilidade implícita em 30 dias deste índice accionista — atingiu o valor mais alto desde Fevereiro e recuou a seguir, mas permanece acima da média do último ano.

 

Para o Goldman Sachs Group, a actividade económica é o principal factor por detrás da maior volatilidade. O banco espera moderação do crescimento nos EUA no ano que vem e, numa nota de análise divulgada esta segunda-feira, considera que este contexto deve elevar a volatilidade do S&P 500 entre três a seis pontos.

 

Posições ainda vendidas

Para os investidores que tentam decidir se mantêm a exposição, guardam o dinheiro debaixo do colchão ou compram protecção, há um sentido de urgência porque saltos de volatilidade tornam-se mais frequentes nos finais de ciclo.

 

Hedge funds que apostam contra oscilações das acções foram surpreendidos pela subida expressiva do VIX no dia 10 de Outubro, quando os preços dos contratos futuros de curto prazo ultrapassaram as cotações para os contratos de prazos mais longos.

 

No entanto, sob outras medidas, pouca coisa mudou, já que os especuladores tinham posições líquidas de venda em cerca de 33 mil contratos futuros do VIX, a 16 de Outubro – abaixo dos 113 mil contratos uma semana antes, de acordo com os dados da CFTC.

 

Enquanto o Bank of America e o Goldman Sachs prevêem turbulência para as bolsas, as condições parecem melhores para outros activos. O indicador de stress financeiro global do Bank of America – que mede risco em diferentes classes de activos, procura por hedge e fluxos – está próximo do valor mais elevado dos últimos oito meses.

 

(Texto original: Bank of America Has Seen the Future: A U.S. Stock Roller Coaster)

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