No último dia do período de subscrição do aumento de capital, as acções do Banif valorizaram 4,81% para 1,09 cêntimos, o valor mais elevado desde 16 de Abril.

Esta subida ocorreu no último dia do período de subscrição do aumento de capital e depois das notícias que dão conta que o banco já garantiu o sucesso da operação. Na segunda-feira serão divulgados os resultados.

O Banif está a aumentar o capital em 138,5 milhões de euros, através da emissão de acções que estão a ser vendidas a um cêntimo, ou seja, abaixo da actual cotação do banco.

Com o aumento de capital já totalmente subscrito, os accionistas vão ter de concorrer pelos títulos, em rateio, o que, dizem os especialistas, é um sinal de confiança no potencial de recuperação do banco e de um bom desempenho em bolsa, enquanto se aguarda a entrada de novos accionistas de referência.

O Estado passa a controlar menos de metade dos direitos de voto, apesar de controlar ainda mais de 60% do capital. Daqui para a frente, os analistas dizem que o reembolso dos restantes 125 milhões de euros dos 400 que o Banif recebeu em ajuda estatal na forma de obrigações de capital contingente (CoCo) será um dos factores-chave.

"A expectativa em torno do Banif é de uma progressão gradual dos resultados do banco, suportado por um enquadramento económico mais favorável, reflectindo menores provisões para crédito em incumprimento e uma evolução mais positiva das receitas", afirma Albino Oliveira. Se houver uma "evolução mais favorável do negócio do banco e venda de activos", diz Albino Oliveira, isso "será determinante para possibilitar o reembolso do montante restante das ‘CoCos’".

Steven Santos, gestor da XTB Portugal, acredita que "a alocação prioritária aos accionistas [existentes] incentivou-os a reforçar as suas posições, esperando que a acção suba no mercado secundário, devido à compra de quem não conseguiu aceder aos novos títulos durante a operação". "O facto de o preço ser muito baixo e a elevada liquidez" também contribuíram para o sucesso da operação, diz Pedro Lino, administrador da Dif Broker.

Concluído este aumento de capital, "falta saber qual é o interesse dos investidores institucionais, incluindo a Guiné Equatorial", assinala Steven Santos, da XTB. Pedro Lino, da Dif Broker, concorda que "o factor que pode impulsionar as cotações e permitir a saída mais rápida do Estado do capital do Banif é a entrada de um accionista institucional ou um parceiro que traga valor acrescentado ao banco".