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Banco polaco do BCP escala mais de 8% e puxa pelas ações em Lisboa
A divisão polaca regista a maior subida em cinco meses, um comportamento que está a animar a negociação em Lisboa.
A unidade polaca do BCP, o Bank Millennium, está a registar uma forte valorização esta quarta-feira. As ações seguem a disparar mais de 8%, a maior subida em cinco meses e com o triplo do volume negociado. Um comportamento que está a determinar a recuperação dos títulos do BCP, que sobem mais de 3% em Lisboa.
Os títulos do Bank Millennium seguem a escalar 8,59% para 4,652 zlotys, com 2,8 milhões de ações trocadas. Esta subida ocorre depois de quatro sessões consecutivas de quedas e depois de o banco afundar perto de 18% desde o passado dia 24 de junho até ao final da última sessão, pressionado pela expectativa de prejuízos associados à conversão de créditos na Polónia.
Segundo uma nota do CaixaBank/BPI, divulgada esta semana, o BCP, que divulga contas no próximo dia 26 de julho, deverá registar um prejuízo de 60 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, pressionado pela sua divisão polaca.
O BCP já tinha anunciado em comunicado à CMVM que a sua subsidiária polaca Bank Millennium, que detém a 50,1%, constituiu provisões no valor de 460,1 milhões de zlotys (102,1 milhões de euros) para riscos legais relacionados com a carteira de empréstimos hipotecários em moeda estrangeira, nas contas do segundo trimestre deste ano. Em causa estão os empréstimos em francos suíços, que já geraram vários processos judiciais na Polónia.
A operação na Polónia será a que mais vai contribuir para o prejuízo do banco de Miguel Maya neste período entre abril e junho deste ano. No total, o polaco Bank Millennium poderá registar um prejuízo de 61 milhões de euros e em Portugal, o BCP deverá assumir um resultado líquido de -34 milhões de euros. Em contraciclo estará a operação em Moçambique com um lucro estimado de 15 milhões.
BCP aproveita boleia
A recuperação do Bank Millennium está a refletir-se positivamente nas ações da casa-mãe. Os títulos do BCP sobem 34,03% para 0,1239, a maior subida 9 de julho, depois de já terem chegado a valorizar um máximo de 4,28% para 0,1242 euros durante a sessão.
O BCP tem estado sob pressão nas últimas semanas. Desde o máximo registado a 18 de maio, o banco tem vindo a corrigir. Perde mais de 25% do seu valor durante este período, uma desvalorização que já anulou as subidas registadas pelos títulos nos primeiros meses do ano.
Desde o início do ano, as ações do banco avançam 0,57%.