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Aumento de custos nas empresas e subida dos juros dos EUA derrubam Wall Street
As principais bolsas norte-americanas encerraram em terreno negativo, penalizadas pela subida dos juros a 10 anos dos EUA, que desvia muitas aplicações do mercado accionista para o obrigacionista. Os lucros apresentados por cotadas de peso têm superado as expectativas, o que aponta para uma época robusta nas contas do primeiro trimestre, mas o aumento de custos nas empresas suscita alguma preocupação. Com os reveses das tecnológicas a comporem o trio de pressão, Wall Street regressou ao vermelho.
O Dow Jones encerrou a perder 1,73% para 24.025,23 pontos e o Standard & Poor’s 500 cedeu 1,34% para 2.634,55 pontos.
Por seu turno, o Nasdaq Composite recuou 1,70%, fechando a valer 7.007,35 pontos.
As contas do primeiro trimestre anunciadas hoje por algumas cotadas, como a Caterpillar, United Technologies e Pratt & Whitney – cujos lucros superaram as expectativas dos analistas –, começaram por animar os investidores, mas uma melhor digestão dos números mostrou que os custos têm aumento mais do que se esperava.
Já ontem a Alphabet, casa-mãe da Google, reportou lucros e receitas acima das estimativas, mas os gastos no investimento também suscitaram receios, com a empresa liderada por Larry Page a fechar com uma queda de 4,77% para 1.022,64 dólares.
A Caterpillar, por seu lado, afundou 6,20% para 144,44 dólares, depois de ter advertido para o impacto, na sua actividade, do aumento dos preços do alumínio. O metal industrial está agora a corrigir, devido ao alívio das sanções dos EUA ao sector na Rússia, mas chegou a atingir máximos históricos recentemente.
Além do factor dos custos, os juros da dívida a 10 anos dos EUA superaram os 3%, atingindo assim um patamar onde não tocavam desde Janeiro de 2014, o que contribui para desviar algum do investimento em acções para as obrigações.
Por outro lado, as tecnológicas continuam a pressionar Wall Street de uma forma generalizada. Além do recuo de hoje da Alphabet, a Apple tem estado a influenciar negativamente as bolsas nas últimas sessões, à conta de várias projecções que apontam para uma queda na procura de smartphones – nomeadamente iPhones.
Na sessão de hoje, a empresa liderada por Tim Cook caiu 1,39% para se fixar nos 162,94 dólares por acção.