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Ativos de risco brilham na reação dos mercados aos dados da inflação

Aumento dos preços abaixo do esperado em outubro, nos EUA, abriu o apetite dos investidores pelo risco, com os índices a negociarem em alta. Taxas de juro aliviaram e dólar tombou.

Vários bancos estão a antecipar-se ao agravamento nos custos de financiamento em mercado. Citigroup e JPMorgan deverão estar entre os emitentes mais ativos nos EUA.
Shannon Stapleton/Reuters
10 de Novembro de 2022 às 18:59
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A inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos abriu o apetite dos investidores pelo risco, estando as bolsas norte-americanas a disparar, à boleia dos dados divulgados esta quinta-feira. O aumento dos preços abrandou para os 7,7% em outubro, o nível mais baixo desde janeiro, o que deixou os investidores na expectativa de que a Reserva Federal norte-americana abrande o ritmo de subida das taxas de juro - com essa perspetiva a dar força às ações. 

O tecnológico Nasdaq Composite é o índice que mais sobe, estando neste momento a valorizar 5,59% para 10.931,94 pontos. Já o "benchmark" S&P 500 soma 4,05% para 3.900,57 pontos e o industrial Dow Jones cresce 2,62% para 33.365,24 pontos.

Tanto o Nasdaq como o Standard&Poor's 500 registam a maior subida desde 6 de abril de 2020.

Com menos ânimo seguem os juros da dívida soberana com maturidade a dez anos, que nos Estados Unidos caem 21,6 pontos base para 3,869%. Na Zona Euro, o cenário foi também de alívio, tendo a "yield" da dívida pública alemã cedido 16,2 pontos base para 2% e a da dívida italiana recuado 27,9 pontos base para 3,989%.

Também o dólar tombou na sequência dos dados da inflação, com o índice da Bloomberg que mede a força da moeda norte-americana contra um cabaz de dez divisas a cair 1,93%, a maior queda intradiária desde março de 2020. As perspetivas de uma desaceleração da inflação podem levar a uma política menos agressiva, reduzindo assim a atratividade da nota verde.

"A última leitura da inflação está levar os mercados a ajustarem as expetativas quanto à taxa final. Isso está a pesar no dólar", disse Bipan Rai, analista no Canadian Imperial Bank of Commerce.

Os investidores esperam agora que a próximo aumento das taxas de juro seja de 50 pontos base, em vez dos 75 pontos base anteriormente antecipados. Alguns dos representantes da Fed já se manifestaram, apoiando um alívio das subidas.

"Apesar de acreditar que será apropriado abrandar o ritmo das subidas para percebermos melhor como as condições económicas e financeiras estão a evoluir, também acredito que um ritmo mais lento não deverá ser percebido como uma política mais leve", defendeu Lorie Logan, presidente da Fed de Dallas.

"É apropriado pensar em abrandar a dimensão das subidas. A discussão não é sobre parar, mas sim sobre reduzir", disse também a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly.

Em setembro, as previsões eram de que as taxas de juro norte-americanas atingiriam os 4,6% no final do ano e os 4,8% em 2023, o que implicaria um aumento de 0,50 pontos percentuais em dezembro e outro de 75 pontos base no próximo ano. 
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