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Até ao início de dezembro multimilionários venderam o dobro das ações de 2020

Segundo as contas da Bloomberg, durante este ano, Mark Zuckerberg - fundador do Facebook - vendeu títulos da agora batizada Meta Platforms quase todos os dias.

14 de Dezembro de 2021 às 20:00
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O clube dos 500 mais ricos do mundo, presentes no Bloomberg Billionaires Index, vendeu 42,9 mil milhões de dólares em ações até ao início de dezembro, o dobro dos 20,2 mil milhões de dólares transacionados durante todo o ano de 2020.

Segundo as contas da Bloomberg, durante este ano, Mark Zuckerberg - fundador do Facebook - vendeu títulos da agora batizada Meta Platforms quase todos os dias.

Já os fundadores da Google, Larry Page (1,8 mil milhões) e Sergey Brin (1,7 mil milhões), começaram a transacionar ações da Alphabet, a empresa-mãe do motor de busca, em maio. Nem a Airbnb escapou a esta onda de vendas.

Redes sociais e "imposto Biden"

Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, desfez-se de 12,7 mil milhões de dólares em ações da Tesla este ano, a primeira vez desde 2018. Esta maré de vendas foi desencadeada por uma votação no Twitter, promovida pelo empresário sul-africano, em que os seguidores decidiram por maioria que o CEO da Tesla deveria vender 10%.

Michael Dell, fundador da Dell Technologies, há pelo menos dois anos que não vendia ações da empresa. Desde janeiro, o multimilionário já se desfez de cerca de 500 milhões de dólares em ações.

Esta onda de vendas surge numa altura em que o Congresso dos EUA aprovou um imposto, batizado pela imprensa norte-americana como "imposto Biden" ou "taxa milionária".

Em outubro, a Câmara dos Representantes aprovou a criação de um imposto direto de 5% sobre rendimentos não discriminados acima de 10 milhões de dólares e uma taxa adicional de 3% para rendimentos acima dos 25 milhões de dólares.

Estas medidas fiscais visam angariar 228 mil milhões de dólares na próxima década, de forma a alimentar a agenda económica de Joe Biden e dos seus sucessores.

"Não é um êxodo do mercado, mas os mais ricos estão avaliar o impacto destas medidas, mesmo que estas não entrem vigor já no próximo ano. Se podem poupar com a venda de ações, não têm medo de o fazer", comentou Elizabeth Sevilla, sócia da consultora norte-americana Seiler LLP, em entrevista à Bloomberg.

Só os 167 cidadãos norte-americanos presentes no índice das 500 pessoas mais ricas do mundo da Bloomberg detêm, atualmente, uma fortuna agregada avaliada em cerca de 3,6 mil milhões de dólares.

A escalada destas fortunas tem sido alimentada por disparos históricos dos principais índices bolsistas norte-americanos, como o S&P 500 e o Nasdaq Composite.

Em 2019, os multimilionários norte-americanos venderam apenas 6,6 mil milhões de dólares em ações, um montante semelhante aos dos anos anteriores. Porém, em 2020, o mercado viu o volume de transações disparar, depois de os democratas terem anunciado uma proposta para taxar os mais ricos.

Caridade: Vender para doar

Além da fuga aos impostos, a beneficência é uma das razões apontada pelos multimilionários para venderem ações dos seus "impérios".

Jeff Bezos, a segunda pessoa mais rica do mundo, por exemplo, vendeu mais de 9 mil milhões de dólares em títulos da Amazon, este ano, dinheiro que pôde usar para financiar o seu fundo climático.

Já o fundador do Twitter, Jack Dorsey, transacionou quase 500 milhões de dólares em ações da Block, outra empresa de sucesso fundada pelo milionário, depois de ter prometido no final do ano passado doar parte do lucro das suas participações nesta empresa, para ajudar no combate à covid-19.
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