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Acções do BCP caem 3% com adiamento de resultados

O BCP está entre as poucas quedas na praça portuguesa, depois de ter anunciado o adiamento por dois dias da revelação dos resultados do primeiro semestre, para fazer coincidir com a divulgação dos resultados dos testes de stress.

Bruno Simão/Negócios
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Os títulos do BCP estão a liderar as quedas no principal índice nacional de acções, o PSI-20, ao caírem 3,18% para 0,019 euros, depois de a instituição ter adiado por dois dias a apresentação dos resultados trimestrais de forma a coincidirem com a revelação dos testes de stress da Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Os papéis do banco liderado por Nuno Amado estiveram já a cair 3,69% para 0,0189 euros na sessão desta quarta-feira, 27 de Julho, sendo com a Jerónimo Martins (recua 0,27% para 14,52 euros) um dos dois únicos títulos que perdem na praça nacional.

No sector financeiro, o BPI valoriza 0,45% para 1,12 euros depois do aumento de 39% dos lucros anunciado esta terça-feira, contribuindo a soma de 0,58% do PSI-20, avançando pela oitava sessão consecutiva, a caminho da maior série de ganhos desde o início do ano.

A instituição comunicou esta quarta-feira à CMVM minutos antes da abertura dos mercados o adiamento para sexta-feira, 29 de Julho, às 21h00 da divulgação dos resultados, "por forma a fazê-la coincidir com a publicação dos resultados dos testes de stress coordenados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), e realizados em articulação com o BCE".

"A exemplo do ocorrido no teste de stress de 2014, assegura-se assim uma comunicação ao mercado de uma visão integrada da situação do Grupo", refere o banco.

Os resultados dos testes de stress poderão exigir novos reforços de capital por parte do sector financeiro. Apesar de o BCP não estar entre as 51 instituições financeiras cujos dados serão publicados pela EBA esta sexta-feira, deverá ter informação sobre a situação do banco.

A entidade liderada por Nuno Amado deverá assim aproveitar a apresentação dos resultados para dar conta da análise do BCE sobre os níveis de solidez do BCP. A EBA analisou mais de 100 instituições financeiras europeias, sendo que apenas divulga os dados de cerca de 50 bancos. As restantes entidades poderão assim divulgar a informação sobre a sua situação.

Os resultados dos testes de stress poderão deixar indicações sobre eventuais necessidades de capital adicional no sector para fazer face a eventuais provisões em carteira. Uma situação que poderá obrigar os bancos, como o BCP, a anunciar medidas adicionais para alcançar os níveis de liquidez desejados.

 

O presidente do BCP tem reiterado que a situação do banco é estável, tendo inclusivamente afirmado, em Junho numa entrevista à Reuters, que: "temos uma estratégia muito focada e disciplinada e que fique claro: não há nenhuma intenção de pedir capital aos accionistas, nem para fazer uma fusão por fusão, que até acho que não é um caminho viável, para ser sincero".

 

"Os accionistas podem estar tranquilos", pois "não está a ser equacionada por nós qualquer operação relacionada com o Novo Banco que implique aumentos de capital dos nossos accionistas", acrescentou.

 

A possibilidade de um reforço de capitais por parte do BCP tem, ainda assim, sido um dos principais pontos de pressão sobre as acções da instituição. Vários bancos de investimento têm alertado para a eventualidade de um novo aumento de capital que, no pior dos cenários, poderá chegar a 3,9 mil milhões de euros, segundo o Haitong.

 

Numa nota onde esmagou a avaliação do BCP de dez para dois cêntimos por acção, o banco de investimento alertava que "depois dos aumentos de capital do Popular e do Popolare, o BCE parece ter mudado a sua abordagem em relação a bancos com elevados ‘stocks’ de exposições problemáticas e níveis de cobertura baixos, o que acreditamos que poderia eventualmente incluir o BCP".

Além das provisões no crédito há outros factores que, na opinião dos analistas, poderia forçar um reforço de capital, nomeadamente a conversão de créditos na Polónia, o pagamento das Coco’s ao Estado e a própria situação no sector bancário em Portugal.

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