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Ação do ano: Mota-Engil

Uma carteira de encomendas em sucessivos recordes, um negócio em crescimento e novas metas com mais lucros pautaram o ano da construtora que mais do que triplicou de valor em bolsa.
Leonor Mateus Ferreira 22 de Dezembro de 2023 às 23:00

"O valor da empresa não está refletido na cotação da ação". Era 31 de janeiro, Carlos Mota dos Santos acabava de assumir funções como CEO da Mota-Engil e avançava, em entrevista ao Negócios, que a construtora deveria valer em torno dos mil milhões de euros em capitalização bolsista. Os analistas concordavam e os investidores validaram. A marca foi atingida a 12 de setembro e a cotada - de longe a maior valorização anual no principal índice da bolsa de Lisboa - não ficou por aí.

O preço por ação da Mota-Engil mais que triplicou ao longo de 2023 no PSI. E mesmo depois deste desempenho, o preço-alvo médio apontado pelos analistas que seguem os títulos ainda aponta para que haja potencial de valorização, refletindo a perspetiva de crescimento.

Nos primeiros nove meses deste ano, o volume de negócios da construtora ultrapassou os 4 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 66% face ao período homólogo e que supera a faturação de todo o ano de 2022. Já os lucros cresceram para 51 milhões de euros, também acima do ano anterior que tinha já sido o melhor dos últimos 10 anos em termos de resultados líquidos.

Com a carteira de encomendas a renovar sucessivamente recordes, o grande impulso à ação veio em agosto, quando a Mota-Engil reviu em alta as metas do seu plano estratégico para 2026. Passou a prever atingir nesse ano um volume de negócios superior a 6 mil milhões de euros, justificando a revisão com a "concretização antecipada de alguns indicadores antes do final do período temporal previsto".

Os novos objetivos passam por lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 955 milhões de euros - 60% no negócio de engenharia e construção - (quando no plano apresentado em novembro de 2021 apontava para 670 milhões) e um resultado líquido de 180 milhões de euros (que compara com a anterior meta de 105 milhões).

"A robusta entrada de encomendas refletiu-se parcialmente nos elevados níveis de execução (e na revisão do ‘guidance’) o que nos leva a acreditar que os ganhos arrecadados desde o início do ano ainda não chegaram ao fim", referiam os analistas do CaixaBank/BPI, numa nota aos clientes no final de novembro.

Com cada ação a valer atualmente 3,95 euros (o que corresponde a uma capitalização de mercado de 1.212 milhões de euros e a uma valorização em 2023 de 237,61%), está ainda longe dos máximos históricos 7,10 euros tocados em 2007. "Todas as atenções devem estar viradas para o alcance de máximos históricos e a capacidade de manter este nível tão alto nos prémios", rematou o banco de investimento.



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