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A semana em oito gráficos: Itália, Brexit e tensões comerciais dão a mão ao petróleo num quarteto de pressão nos mercados

As bolsas de todo o mundo registaram uma queda no acumulado da semana, com os receios em torno da estabilidade financeira de Itália, do acordo do Brexit e das tensões comerciais EUA-China a pressionarem a tendência. A forte queda do petróleo contribuiu para piorar o desempenho dos mercados, numa semana mais curta nos EUA.

Queda generalizada nas bolsas mundiais

Queda generalizada nas bolsas mundiais
As bolsas do Velho Continente tiveram um saldo semanal negativo, a par com a Ásia e os Estados Unidos. O mau desempenho das matérias-primas, com especial relevo para o petróleo e os metais de base, foi um dos factores de pressão, a par com os receios em torno da instabilidade política na Europa, com o Brexit à cabeça, e das tensões comerciais EUA-China.

PSI-20 cai mais de 2% entre segunda e sexta-feira

PSI-20 cai mais de 2% entre segunda e sexta-feira
O índice de referência nacional recuou 2,31% no cômputo da semana, aumentando para 10,9% a sua perda no acumulado do ano. O PSI-20 foi um dos índices da Europa Ocidental que mais terreno perdeu na semana, com as papeleiras a registarem as maiores quedas.

Papeleiras lideram descidas na praça lisboeta

Papeleiras lideram descidas na praça lisboeta
A Navigator, Semapa e Altri foram as cotadas do PSI-20 que mais desvalorizaram esta semana, com perdas acumuladas de 6,90%, 5,87% e 5,58%, respectivamente. As cotadas da pasta e papel acompanharam a tendência generalizada do sector na Europa. Esta semana, a A luxemburguesa Zoom Lux S.à.r.l. deixou de ter uma participação qualificada na Navigator.

Indivior com pior desempenho no Stoxx600

Indivior com pior desempenho no Stoxx600
A farmacêutica britânica Indivior foi a cotada do índice de referência europeu Stoxx600 que mais caiu no agregado da semana, ao afundar 50,10%, depois de um tribunal de recurso dos EUA ter dado luz verde à empresa de medicamentos genéricos Dr. Reddy’s Laboratories para vender uma versão, igual à da Indivior, do Suboxone, que consiste num tratamento do transtorno do uso de opiáceos.

L Brands perde com corte de dividendos

L Brands perde com corte de dividendos
A retalhista de moda norte-americana mergulhou 14,80% esta semana, tendo sido o título do Standard & Poor’s 500 que mais caiu, contribuindo para a perda agregada de 3,38% do índice esta semana. A penalizar a cotada esteve o anúncio de um corte de 50% dos seus dividendos, isto depois de informar também sobre a demissão da CEO de uma das suas principais marcas, Victoria’s Secret. Jan Singer despediu-se, num contexto de fortes críticas devido à queda das receitas, e será substituída em inícios de 2019 por John Mehas.

Dólar sobe face às principais congéneres

Dólar sobe face às principais congéneres
A nota verde valorizou face às principais moedas, como o euro, iene e libra esterlina, com o índice do dólar a registar o maior ganho semanal do último mês. A sustentar a divisa norte-americana esteve a aversão ao risco dos investidores, que esta semana procuraram activos-refúgio, que no mercado cambial ditam a preferência pelo dólar, iene e franco suíço.

Brent abaixo dos 60 dólares pela primeira vez desde Outubro de 2017

Brent abaixo dos 60 dólares pela primeira vez desde Outubro de 2017
O petróleo continuou a derrapar, marcando a sétima semana consecutiva de quedas. A cotação do barril estabeleceu-se em mínimos de Outubro do ano passado, tanto em Londres (abaixo dos 60 dólares) como nos EUA (abaixo dos 51 dólares). E é tudo uma questão de oferta e procura. Numa altura em que a economia está a desacelerar - um efeito acentuado pela guerra comercial entre os EUA e a China -, a procura por petróleo tenderá a diminuir. No entanto, a oferta não estará a ajustar-se: os sinais dados são de que a oferta (produção de barris) continuará elevada, o que pressionará os preços. E nem o previsível corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos seus aliados parece ser suficiente para dissipar os receios dos investidores.

Juros europeus aliviam, com Itália à cabeça

Juros europeus aliviam, com Itália à cabeça
Apesar de a Comissão Europeia ter oficialmente dado o primeiro passo para que se abra o procedimento por défices excessivos a Itália, os juros da dívida transalpina a 10 anos aliviaram no acumulado da semana, caindo 8,4 pontos base para 3,407%. Este alívio pode ser interpretado como uma correcção, uma vez que os juros tinham subido em antecipação da decisão de Bruxelas. O movimento de descida dos juros estendeu-se à generalidade da Europa, tendo as “yields” das obrigações a 10 anos dePortugal recuado 3,4 pontos base para os 1,942%.
24 de Novembro de 2018 às 09:30
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A praça lisboeta e os restantes mercados accionistas europeus - bem como na generalidade das bolsas asiáticas e norte-americanas - desvalorizaram no acumulado das últimas cinco sessões.

 

A motivar a prudência dos investidores esteve, nomeadamente, o contexto político no Reino Unido, numa altura em que se debate o acordo para o Brexit alcançado entre Londres e Bruxelas e que é alvo de Conselho Europeu extraordinário este domingo, 25 de Novembro.

 

Também Itália esteve em foco, numa altura em que se espera a alteração da proposta de Orçamento entregue por aquele país a Bruxelas. A economia transalpina continua debaixo de holofotes e ontem foi o Banco de Itália a advertir que o risco de novas subidas dos juros das obrigações soberanas, e consequente agravar do custo de financiamento da dívida, poderá ter consequências negativas para a estabilidade financeira do país. 

 

O contexto de tensões comerciais entre Washington e Pequim esteve igualmente a deixar os investidores mais prudentes, numa altura em que se especula se os EUA e a China conseguirão chegar a um acordo na reunião de dois dias do G20 na próxima semana (que decorre na sexta-feira 30 de Novembro e no sábado 1 de Dezembro) na Argentina.


A queda dos preços do petróleo também esteve em destaque, tendo levado as cotadas do sector da energia a perderem bastante terreno. A cotação do barril está em mínimos de Outubro do ano passado, tanto em Londres como nos EUA, e esta foi a sétima semana consecutiva de perdas – muito à conta dos receios de uma oferta excessiva no mercado, num contexto de desaceleração do crescimento económico global, o que costuma reduzir a procura de combustíveis.

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