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Se temos “tudo”, por que não conseguimos ser felizes?

Pode ser considerada a pergunta de um milhão de dólares, tal como os milhões de dólares podem ser considerados como uma forma de se alcançar a felicidade. Em conjunto com o amor, o sucesso, o poder, a fama e tudo o mais que as pessoas inteligentes, propensas a tomar boas decisões, elegem como requisitos essenciais para encontrarem esse tão almejado estado. O livro “If You’re So Smart, Why Aren’t You Happy”, argumentado com um corpo de pesquisa científica comprovada, não ensina a ser feliz, mas dá a conhecer as várias formas recorrentes – e erradas – que os seres humanos escolhem para sabotar aquilo que entendemos por felicidade

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"Se quer ser feliz durante uma hora, faça uma sesta. Se quer ser feliz durante um dia inteiro, vá à pesca. Se quer ser feliz durante um ano, herde uma fortuna. Se quer ser feliz a vida toda, ajude o próximo"
[antigo provérbio chinês]

Imagine que encontra a Lâmpada de Aladino e que o Génio que no seu interior vive, lhe diz para pedir três desejos. O que escolheria?

A não ser que seja muito diferente da esmagadora maioria das pessoas, decerto que pediria uma riqueza substancial, um enorme sucesso e, é claro, relacionamentos pessoais calorosos. Ou, se for um pouquinho menos ambicioso e generalista, pediria saúde, amor e dinheiro. E porquê? Porque pensaríamos logo à partida que estas são as três coisas que mais felizes nos fariam. E por que não pedir a felicidade de imediato? Na verdade e apesar de as hipóteses de nos aparecer um génio à frente serem menores que zero, seriam, decerto, muito poucas as pessoas que pediriam a felicidade como desejo imediato. Ou seja, e por mais paradoxal que possa parecer, acabamos por desvalorizar a felicidade porque estamos demasiado ocupados a tentar atingir objectivos intermédios que nos parecem mais tentadores e lógicos para a alcançar. A isto se chama o paradoxo da felicidade e é sobre ele, mas não só, que escreve Raj Raghunathan, conhecido por muitos – especialmente pelos seus alunos – como o Dr. Felicidade, no livro, acabadinho de sair do prelo e intitulado "If You’re So Smart, Why Aren’t You Happy?".

E sim, apesar de o mesmo poder ser arrumado na prateleira já a abarrotar da tão vendável "literatura de auto-ajuda", a boa notícia é que este livro é bem mais do que isso e não só porque o autor suporta todos os seus argumentos em pesquisa científica comprovada.

É que Raghunathan, para além de um reconhecido professor de marketing na Escola de Negócios McCombs pertencente à Universidade do Texas, é também recordista em esgotar auditórios "ensinando" os "determinantes necessários para se ter uma vida preenchida e feliz". Auto-ajuda, então, concluirá o leitor. Sim, mas e mais uma vez, significativamente diferente daquela à que estamos habituados.

Para além do sucesso das suas palestras, Raghunathan bate também recordes no que respeita à inscrição numcurso online sobre a mesma temática e por onde passaram já 100 mil pessoas, muitas das quais se juntaram à pesquisa que o professor faz sobre a felicidade, mais concretamente sobre tudo o que a maior parte de nós faz de errado na sua eterna perseguição. Para tal, Raj Raghunathan criou o projecto HappySmarts cujo principal objectivo é dar a conhecer ocorrências comuns a muitos de nós, humanos, sobre formas recorrentes de sabotar aquilo que entendemos por felicidade. E, se pretende juntar-se aos largos milhares de pessoas que estão a contribuir para este enorme estudo, comece por aceitar o convite para descobrir qual o seu próprio perfil de felicidade. O Génio far-lhe-á a primeira pergunta e o resto virá por acréscimo.

Mas e então, em que difere a abordagem de Raghunathan face aos milhares (milhões?) de títulos que enchem as livrarias e que "ensinam" a ser feliz?

Em primeiro lugar, e apesar do título do livro ser sugestivo o suficiente ao questionar "se é tão esperto, por que motivo não é feliz?", há que não deturpar o seu aparente público-alvo – os espertos ou inteligentes, ou, consequentemente aqueles que em melhores condições parecem estar para atingir o "sucesso", a palavra que é, muitas vezes, erroneamente apresentada como sinónimo de felicidade. Na verdade, e para escrever este livro, o autor recorreu não só aos estudantes universitários e aos executivos ou gestores de empresas, mas também a pessoas que decidiram trocar a carreira bem-sucedida pela maternidade/paternidade a tempo inteiro, advogados, artistas e um sem número de outras pessoas que, ao apresentarem sinais exteriores de sucesso e brilhantismo, seja a nível académico ou de carreira, são profundamente infelizes.

Mas e na verdade, a principal razão que levou o professor de marketing, bastante reconhecido no meio académico, a interessar-se por este tema, tem a ver consigo próprio e com características comuns que encontrou em muitos dos seus pares. O mais trivial é pensarmos que a fórmula mais "acertada" para alcançarmos o que se convencionou chamar de felicidade é sermos ricos e bem-sucedidos. Mas, na maioria das vezes não é isso que acontece e Raj Raghunathan sentiu isso na pele.



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