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Inovação é chave mestra

Um Call to action em todas as frentes é o que o país precisa para enfrentar as dificuldades socioeconómicas que atravessa e que, previsivelmente, se agravarão em 2011.

23 de Dezembro de 2010 às 12:41
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A inovação social é, hoje, a chave mestra para o sucesso das organizações e, nela, as Fundações assumem cada vez mais um papel preponderante, enquanto "agentes de mudança" independentes. O país encerra 2010 com uma nova atitude de empreendedorismo capacitante que, aliado à extraordinária solidariedade do povo português, bem pode fazer a diferença no ano que se avizinha.

A inovação social é, cada vez mais, a chave para o sucesso das organizações. Só ela parece, hoje, ter potencial para gerar mudanças positivas e capacitar as pessoas e os projectos para o empreendedorismo necessário à sustentabilidade dos projectos, nomeadamente ao nível dos resultados efectivos que produzem e do seu impacto na comunidade que beneficiam.

Perante a gravíssima conjuntura socioeconómica que o país atravessa – com particular ênfase para o desemprego galopante a que se assiste - e que, é já inegável, irá piorar a olhos vistos no decursos do próximo ano, "o desafio à inércia é importantíssimo em Portugal", como alertou, no encerramento da 1ª Assembleia Geral de Investidores Sociais, da Bolsa de Valores Sociais, Jorge Sampaio.

Este foi, de resto, um dos projectos mais inovadores que marcaram o dinamismo social do país, em 2010: ainda que não tenha atingido os objectivos traçados para o seu primeiro ano de actividade – angariar quinhentos mil euros -, a BVS, que conta com o apoio da Euronext Lisbon, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação EDP e Caixa Geral de Depósitos, reuniu 22 projectos cotados e espera, em 2011, duplicar os seus resultados, através das "acções sociais" adquiridas pelos doadores. Objectivo: converter organizações sociais em laboratórios que produzam vacinas contra a pobreza e a exclusão social, actuando nas causas e não nas consequências.

O poder transformador dos jovens

Actuar é o que mais fazem as gerações jovens, que têm trazido para Portugal, nos últimos anos, uma nova atitude de empreendedorismo dinâmico. Agentes da mudança, foi o que foram os rapazes e raparigas que participaram, no início de 2010, no Fórum Económico Mundial, em Davos, para dar voz às ideias e preocupações das gerações mais novas de todo o planeta.

Entre os "futuros líderes" que representaram a juventude mundial esteve o português João Rafael Brites, 19 anos: um verdadeiro activista de causas transformadoras que chamou a atenção pela sua energia positiva.
Apostar no poder dos jovens para gerar mudança social é, também, o que faz o Do Something, iniciativa lançada em Portugal em Maio, pela TESE, em conjunto com outros parceiros.

Sendo hoje uma das maiores organizações dos EUA, que mobiliza milhares de jovens para a resolução dos problemas globais, utilizando o poder da internet para mobilizar empreendedores de todo o mundo para acções de intervenção social, o Do Something aposta nesta geração enquanto elemento-chave para a mudança social.
"Super-poderes" parecem ter, por sua vez, os jovens Transformers do movimento com o mesmo nome. "To Turn Teens inTo Transformers" são os 5 t’s do movimento que está a dar a cerca de 150 jovens a oportunidade de transformarem positivamente as comunidades onde vivem, através do desporto e das artes. Inclusão digital é, sem dúvida, outro factor de peso na inovação social, já que "abre horizontes para o conhecimento", como comenta Conceição Zagalo, a propósito da iniciativa KidSmart Early Learning, da qual já beneficiaram mais de nove mil crianças portuguesas entre os três e os seis anos de idade.

O projecto parte da tecnologia para promover uma aprendizagem inovadora, fazendo a diferença na evolução das crianças, “ao abrir horizontes e despertar empenho e interesse pelo conhecimento, em triangulação com educadores e pais”.
Chamam-se Fab Labs e têm o poder de transformar ideias em projectos materializados a baixo custo, sejam eles brinquedos, softwares ou próteses de membros humanos. Apresentados pelo seu criador, Neil Gershenfeld, do MIT, o conceito parece proveniente de uma outra galáxia mas, em 2010, concretizou-se em Portugal com os apoios do QREN e do Plano Tecnológico, ficando ao dispor de todos os cidadãos.

O conceito dos Fab Labs baseia-se no conceito do Star Trek Replicator – no universo ficcional de Star Trek, um "replicador" é uma máquina capaz de criar (e reciclar) objectos, fazendo destes laboratórios centros de prototipagem rápida, cuja tecnologia está aberta a todas as pessoas que tenham uma ideia e que a queiram ver concretizada num objecto. Estes "Fabrication Laboratories" pretendem que uma comunidade local de "pessoas comuns" possa ter acesso à inovação, à descoberta, à criatividade e ao empreendedorismo.

A inovação autárquica é, em plena crise económica e política, uma estratégia para combater a ideia formada de que muitas das instituições ou órgãos de soberania não cumprem o que prometem. Alguns destes agentes estão a criar novas ferramentas para promover a interacção entre o poder e os cidadãos, como é o caso da Câmara de Vila Franca de Xira, que lançou este ano um Portal da Juventude. Outra estratégia win-win é o denominado Envolvimento Social Empresarial (ESE), em que as produções Fictícias estão a apostar, numa nova área de aconselhamento e desenvolvimento de projectos e programas na área de Responsabilidade Social Empresarial.

A entrada de Portugal na rota da "tribo dos TEDsters", fenómeno global alimentado pela plataforma TED, foi outro factor inovador em 2010. Desenvolvida a partir das palestras que correm mundo através da Internet, atingindo uma audiência superior a dois mil milhões de pessoas, e onde já brilharam "estrelas" como Bill Gates, Bill Clinton, Isabel Allende, Richard Branson ou Malcolm Gladwell, esta plataforma chegou em Outubro ao nosso país, com o conceito que a caracteriza – reunir numa conferência a vontade de mudar o mundo com os dons da oratória – e um objectivo "local", digamos: "desmontar um discurso pessimista que nada traz de novo".

É assim que André Marquet, um dos organizadores do primeiro TEDx em terras lusas, realizado em Portimão, defende a vontade de vencer inerente ao projecto.
Já em Dezembro, o VER assinalou o impacto da inovação tecnológica nos projectos de cariz social, ao apresentar o testemunho de um voluntário que esteve no Paquistão, na sequência do terramoto de 2005, no âmbito do programa Ericsson Response, que celebrou uma década de existência a restabelecer e fornecer comunicações essenciais após desastres naturais em todo o mundo. O mérito do projecto parte da iniciativa dos próprios colaboradores.

Para ler o artigo na íntegra:
http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1085&a=Inovacao

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