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"A marca Naturea foi desenhada para o mundo"

Depois de 11 destinos europeus assegurados, marca portuguesa de alimentação para animais domésticos ruma ao resto do mundo

"A marca Naturea foi desenhada para o mundo"
11 de Setembro de 2012 às 09:42
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Pedro Carlos e Raul Abraão | Os donos da marca Naturea prevêem triplicar vendas entre 2012 e 2013.


Até 2015, se a "curva de crescimento for 'normal', Portugal deverá ser a parte mais pequena na facturação" da Naturea, que já exporta para outros 10 países. A pensar num futuro além-Europa, a marca de alimentação para cães e gatos concebida pela equipa liderada por Raul Abraão já imprime em 20 línguas as etiquetas dos sacos de rações.

Em 2010, e depois de "oito anos de aprendizagem" - como qualifica Raul Abraão o tempo que trabalhou como representante de outra marca de comida para animais domésticos -, o gestor decidiu criar a marca Naturea. Vendo uma oportunidade e uma "solicitação do mercado português" para o segmento da alimentação para cães e gatos tendo por base proteína animal e não cereais ("grain free"), decidiu avançar.

"Construir uma coisa de raiz é possível", acreditou Raul Abraão, que constituiu a partir daí uma equipa para pôr em prática a Naturea - um nutricionista, mas também um "designer", foram duas das primeiras contratações. Com a meta de "uma boa marca", "desenhada para o mundo", com "boa comunicação e um bom produto", o gestor chegou até ao Reino Unido contratando aí e adjudicando ao "maior fabricante de marcas próprias do sector" a parte industrial da Naturea, nomeadamente o fabrico de rações.

O "primeiro contrato internacional" que a Naturea assinou foi em Espanha, fruto de uma ida a uma feira internacional em Fevereiro de 2011. Um ano e meio depois, os produtos da portuguesa Naturea são distribuídos em 10 outros países do continente europeu. E "até ao final do ano é possível chegar a mais sete países", acrescenta Pedro Carlos, que com Raul Abraão divide o capital da Brandgest, "holding" que controla a GFC - Grain Free Company, dona da marca Naturea.

Em 2010, primeiro ano de actividade, a marca foi responsável por vendas de 100 mil euros, que evoluíram para 500 mil euros em 2011. Este ano, a previsão dos dois accionistas é que o valor ascenda a 1,3 milhões de euros, "com 30 a 40%" de exportação. Para 2013, a estimativa são quatro milhões de euros de vendas, acreditam os dois gestores.

Ásia como objectivo próximo
"A prioridade da companhia era a Europa", mas já há negociações com outras partes do mundo, explica Pedro Carlos. Hong Kong, Singapura e Japão podem ser os novos mercados. Neste último mercado, a expansão poderá ser feita não tanto pelas rações, mas pelos biscoitos que a marca produz numa unidade em Portugal - e que têm a particularidade de poderem ser comidos também pelo dono. No Japão, a Naturea irá fornecer biscoitos para marca própria do grupo distribuidor local.






Perguntas a Raul Abraão, CEO da naturea

"O primeiro investimento que fiz foi num 'designer'"


Quais foram os obstáculos que encontrou ao criar a Naturea?
Não é bem uma questão de obstáculos. É claro que há a questão da necessidade de financiamento, mas com a Naturea o que houve foi muita energia gasta desde o início.

Por onde começou para criar a Naturea?
Houve um trabalho muito grande de identificação das necessidades e do potencial de mercado. Além de escolher um produto de muito boa qualidade o segredo é comunicar bem. Há que conferir uma identidade ao produto de uma forma apelativa - o primeiro investimento que fiz foi num 'designer'. Também temos desde o início um veterinário, que dá apoio técnico, e um nutricionista.

Para que países exportam?
Além de Portugal, vendemos para Espanha [primeiro contrato internacional, em Fevereiro de 2011], Eslovénia, Eslováquia, Reino Unido, Dinamarca, Alemanha, Lituânia, Luxemburgo, França e Áustria. Temos vários negócios em avaliação neste momento, até ao final do ano é possível chegar a mais sete países.

Vão abrir o capital a outros investidores?
Não é algo que andemos à procura. Em final de 2011 constituí a GFC - Grain Free Company. O projecto foi feito desde o início para evoluir no mercado nacional e internacional, de preferência sem financiamento bancário. Para fazer face a esta necessidade - precisávamos de capital para não termos problemas de tesouraria - criámos uma SGPS [a Brandgest, detidas por Raul Abraão e Pedro Carlos] e abrimos o capital da GFC a dois investidores [individuais].






Ideias-chave

O fim de uma parceria de oito anos com uma multinacional acabou na criação de uma marca 100% portuguesa


1. Oportunidade
Depois de oito anos a representar uma fabricante estrangeira de alimentação para animais domésticos, Raul Abraão aproveitou a oportunidade para investir na criação da Naturea, uma marca portuguesa, cuja produção se divide entre Portugal e Reino Unido. A empresa é hoje responsável por uma dezena de empregos directos e vai terminar o ano a vender 1,3 milhões.

2. Marca
Concebida de raiz por uma equipa que inclui veterinária, nutrição, mas também design, a Naturea apostou desde logo para o segmento mais alto dos consumidores. Como a composição das rações está isenta de cereais, a Naturea "veste" a camisola ecológica: nas embalagens (recicláveis em papel e alumínio) e na adopção de regras de compensação "carbono zero".

3. Divulgação
Raul Abraão e Pedro Carlos não se cansam de frisar que ter um bom produto não chega. É preciso divulgá-lo também da melhor forma, o que demonstram pela aposta no design no "packaging" da marca.

4. Financiamento
Com um grande investimento em "energia gasta" por Raul Abraão no arranque da Naturea, os dois empreendedores constituíram uma SGPS e abriram capital da dona da Naturea a novos investidores. Busca de novo capital não é prioridade para já.



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