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Poupança: Quatro remédios para combater a inflação

O FMI estimou uma taxa de inflação de 1,1% para 2017. Fomos aos seis maiores bancos procurar receitas para evitar a perda de valor das poupanças, mas as prescrições desiludiram. Conheça as receitas certas. Três dessas soluções podem ser subscritas com condições especiais até ao final do mês de dezembro, ao abrigo da ação "Depósitos Zero Não!". Veja em www.depositoszeronao.pt

06 de Dezembro de 2016 às 10:19
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Como vai a sua saúde financeira? Adoentada e sem grandes alternativas de tratamento para rentabilizar o pouco que amealha? É um estado geral; uma espécie de pandemia financeira que atacou os bolsos dos portugueses.

Perante este diagnóstico pouco animador, a PROTESTE INVESTE foi à procura da melhor prescrição para combater a inflação, a subida generalizada dos preços, essa bactéria super-resistente que ataca o seu o nível de vida, fazendo-o perder poder de compra. Este exército silencioso está pronto para invadir a sua carteira em 2017. O FMI estima uma inflação de 1,1%, mas o Governo está ainda mais pessimista, apontando para um escalada de 1,5%. Ou seja, no próximo ano, os preços dos bens e serviços aumentarão muito mais do que vai render o seu dinheiro no banco. Se colocar mil euros no banco, no final do ano esse montante valerá menos; com esse valor não poderá comprar as mesmas coisas que compraria um ano antes. Este é o efeito perverso da inflação. E, infelizmente, muitos aforradores não têm isso em conta quando escolhem as suas aplicações financeiras, o que pode ser desastroso a longo prazo, em que anos de poupanças não se traduzem necessariamente em valorizações reais do dinheiro. Por essa razão, tal como o nosso organismo cria barreiras para se proteger do ataque de invasores, cabe a cada aforrador procurar produtos com rendimento igual ou superior à inflação, criando uma espécie de sistema imunológico para as suas poupanças. Só assim garante que o dinheiro não perde valor real.

Se continuarmos com a metáfora da saúde podemos dizer que os remédios que os portugueses mais tomam para combater o flagelo da inflação são os depósitos e os certificados de aforro. Mas serão os mais indicados? O rendimento destas aplicações está longe de proporcionar juros visíveis. Por exemplo, um depósito de cinco mil euros a 12 meses rende, em média, apenas 0,3% líquidos, ou seja, 30 euros por cada 10 mil aplicados a um ano. Já a série D dos Certificados de Aforro apresenta uma taxa base de 0,5% líquidos, ou seja, proporciona 50 euros por cada 10 mil euros aplicados a um ano. Um rendimento muito baixo que, no caso dos depósitos, é ainda penalizado pelas comissões das contas, anulando por completo o rendimento e, em muitos casos, gerando prejuízos. O leitor pode ser levado a concluir, e muito bem, que estes remédios não deverão fazer efeito.

As propostas dos maiores bancos

Feito o diagnóstico, o melhor remédio é mesmo a prevenção. Por isso, a PROTESTE INVESTE fez uma ronda, em Lisboa, pelos seis principais bancos, para saber o que prescrevem aos clientes. Para encontrar a melhor receita, incumbimos um agente secreto de visitar um balcão de cada uma das instituições. Objetivo: averiguar que proposta financeira sugeria a quem pretendesse aplicar 10 mil euros por um ano, estando disposto a abdicar de liquidez, para contornar a inflação e obter algum rendimento. Assim, em meados de outubro, o nosso agente dirigiu-se à Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, Banco BPI, Novo Banco, Santander Totta e Montepio.

Na Caixa Geral de Depósitos, o funcionário sugeriu quatro produtos: o Caixa Poupança, um depósito a prazo a três anos (ambos a render 0,072% líquidos ao ano), o seguro de capitalização Rendimento Mais (que garante 1,35% bruto em 2016) e o plano poupança- reforma Leve PPR. Referiu que os depósitos estão com taxas muito baixas e que, para o montante apresentado, só conseguiria uma rentabilidade mais próxima da pretendida se optasse pelo seguro ou pelo PPR. Mas também chamou a atenção para os depósitos indexados que a CGD lança mensalmente e que esgotam, tal como aconteceu em outubro. Disse ainda que esses produtos são uma boa alternativa para o prazo de um ano, como o pretendido. Mas ainda não tinha informação sobre os indexados a comercializar em novembro.


1,4%
Melhor depósito
O banco BNI Europa oferece a melhor taxa a 12 meses. O depósito garante uma taxa líquida de 1,4%, a melhor do mercado.

9,8%
Desempenho
O fundo Optimize Selecção Base garantiu uma taxa anual bruta de 9,8% nos últimos cinco anos. O prémio de subscrição é de 0,2%.


O PPR sugerido foi o Leve PPR, cuja modalidade "Duo" é até a nossa Escolha Acertada nos PPR de capital garantido. Mas não era bem este tipo de produtos que o nosso cliente mistério procurava. A modalidade sugerida foi o "Uni", que garante 1,2% brutos em 2016, mas não faz parte das nossas escolhas acertadas.

No Millennium bcp, a funcionária apresentou os seguintes produtos: Poupança Aqui Consigo, um depósito a um ano com juros definidos a cada mês (no início, 0,72% líquidos), os depósitos indexados Millennium Mix Cabaz Europa Outubro 2018 e Millennium Cabaz Europeu Novembro 2018 (ambos com apenas duas hipóteses de rendimento: 0,072% ou 0,72% líquidos ao ano) e o Capital Seguro 7.ª série, um seguro de capitalização da Ocidental que garante 0,5% brutos em 2016, acrescida da participação de resultados. A funcionária referiu que todos os produtos apresentam taxas abaixo de 1%. Recomendou o seguro pelo facto de a taxa final ser superior ao mínimo garantido, apesar de ter tendo como desvantagem as penalizações se mobilizar antes de completados três anos.

No Banco BPI, a funcionária informou que todos os depósitos a prazo disponíveis rendem 0%. Disponibiliza apenas alguns seguros de capitalização a 12 meses, mas com uma taxa de 0,68%. Falou em fundos de tesouraria do BPI, com risco baixo, mas sem capital garantido. Têm obtido rentabilidades perto de 1%.

No Novo Banco, a funcionária sugeriu 4 produtos: o depósito Conta Rendimento Mensal pelo prazo de um ano com juros mensais (0,324% líquidos); o depósito de taxa crescente NB 3 Anos Taxa Crescente (rende 0,8% líquidos, analisado na edição n.º 961); um produto complexo sob a forma de depósito dual, em que um dos depósitos é indexado ao preço do petróleo, por dois anos e com duas possibilidades de rendimento (1,8% líquidos ao ano ou 0,2%); e, por fim, o seguro NB Poupança Garantida, um seguro de capitalização recente com capital garantido. Contudo, o funcionário orientou mais para o produto complexo, argumentando que "a taxa pode ir até aos 5%, consoante a cotação do petróleo, apesar de o dinheiro ficar dois anos imobilizado". Mas não era exatamente assim...

No Santander Totta, de momento, o único produto disponível para o cenário apresentado é o depósito à ordem e conta de rendimento e poupança, o Aforro Prémio XVI, que oferece uma taxa líquida de 0,072%. No Montepio Geral, foram sugeridos quatro produtos: três depósitos a prazo (Montepio Super Depósito 2016, Montepio Super Depósito 4 Meses e o Montepio Super Poupança) e um plano mutualista (o Capital Certo). Os primeiros dois depósitos, a 6 e 4 meses, são para novos clientes e rendem 0,72% e 0,9% líquidos ao ano; já o Montepio Super Poupança é um depósito de taxa crescente a 3 anos com juros semestrais (ver n.º 961) e rende 0,5% líquidos ao ano. O plano mutualista Capital Certo 2016/2021 - 11.ª série, para o prazo de cinco anos, foi analisado na edição n.º 963 e rende 1,4% líquidos ao ano. Ou seja, prescrições que ficam aquém das nossas quatro soluções para combater a inflação.


Combater a inflação
As 4 receitas da proteste investe

A nossa bula contra o efeito da inflação na sua carteira inclui quatro soluções: três para quem pretende o capital garantido a curto e médio prazo, e uma sem garantia de capital, mas potencialmente mais rentável para o longo prazo. Três destas soluções fazem parte da ação "Depósitos zero, não!" a decorrer até final do ano. Além destas quatro, há outras receitas? Sim, mas poderão não ser tão práticas. Por exemplo, poderá constituir um dos PPR que recomendamos. Se não o declarar para benefícios fiscais, poderá resgatá-lo quando entender sem penalizações.


Depósito a 12 meses no bni europa 1,4% líquidos, a melhor taxa do mercado
Prescrição indicada para quem não quer correr riscos e pretende investir a curto prazo. O capital está sempre garantido. É um depósito no BNI Europa pelo prazo de 12 meses com a melhor taxa do mercado. Esta opção, integrada na ação "Depósitos zero, não!", rende 1,95% brutos para não associados (1,4% líquidos); para os associados DECO e subscritores da PROTESTE INVESTE, a taxa sobe para 2% brutos (1,44% líquidos). O montante máximo de constituição do depósito é de 10 mil euros para não associados e associados DECO. Os subscritores desta publicação podem aplicar até 25 mil euros. A conta está isenta de comissões de manutenção. O mínimo é de 1000 euros.

Certificados do tesouro poupança mais: 1,6% líquidos ao ano
É um produto indicado para aplicar a médio/longo prazo (até cinco anos), com garantia de capital. Este produto de dívida do Estado, pelo prazo de cinco anos, é também uma forma de combater a inflação, sobretudo se o mantiver durante o prazo máximo. Como a taxa é crescente, no primeiro ano, rende apenas 0,9% líquidos. Mas, por exemplo, no quinto ano já obtém 2,3% líquidos. Além das taxas fixas garantidas, nos últimos dois anos pode ocorrer um bónus de acordo com a taxa de crescimento do PIB. Em termos efetivos, garante 1,6% líquidos ao ano, podendo ser um pouco mais. O mínimo para aplicar é de 1000 euros e subscreve-se nos Correios.

Seguro de Capitalização Generali + poupança rendeu 3% brutos em 2015 e 4,1% ao ano nos últimos 5 anos
Solução integrada na ação "Depósitos zero, não!" para prazos superiores a cinco anos. É um seguro de capitalização com capital garantido, pelo que é uma boa alternativa aos depósitos, mais para o longo prazo, já que tem redução da taxa de imposto sobre o rendimento a partir de cinco anos de aplicação. Permite entregas regulares de pequeno montante. As vantagens que negociámos são: isenção da comissão de subscrição; prémio de subscrição de 0,3% para montantes superiores a 1000 euros; redução das comissões de resgate antecipado. Em caso de prémio único, o mínimo é de 1000 euros e pode optar por entregas periódicas a partir de 50 euros por mês.

Fundo Optimize Seleção base rendeu 9,8% brutos ao ano nos últimos 5 anos
É a terceira proposta da ação "Depósitos zero, não!". Ideal para investir por prazos superiores a cinco anos se estiver disposto a assumir algum risco. É o fundo de investimento que replica a estratégia base de fundos da PROTESTE INVESTE. No âmbito da ação foram negociadas várias vantagens: prémio de subscrição de 0,2% sobre o valor investido, válido pelo período da ação; os associados DECO e os subscritores da PROTESTE INVESTE recebem ainda um prémio anual de 0,2 e 0,6%, respetivamente. A carteira da estratégia base rendeu 9,8% brutos ao ano nos últimos cinco anos, à data de 30 de setembro de 2016. Pode investir a partir de 10 euros.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.


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