Notícia
Estudantes preocupados com os desafios impostos aos madeirenses por viverem numa ilha
O ‘Europa Viva’ esteve no Funchal, na ilha da Madeira, onde os jovens fizeram as perguntas e os eurodeputados esclareceram todas as dúvidas.
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03 de Junho de 2024 às 11:28
A Escola Secundária Francisco Franco, na Madeira, recebeu mais uma conferência ‘Europa Viva’, que contou com a presença de dezenas de estudantes. Os jovens madeirenses mostraram-se preocupados com as dificuldades acrescidas para conseguirem ingressar nas universidades, que requer um investimento elevado por parte das famílias.
A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, explicou que a distribuição do financiamento da Educação é da competência de cada Estado-membro e relembra que “não há nada que impeça, quer o Governo nacional quer o Governo regional, de dizer que se revogam as propinas”. Para Sara Cerdas, do PS, o aprofundamento do Pilar Social Europeu pode garantir que um estudante madeirense deslocado tenha as mesmas oportunidades de quem vive em Lisboa. Já José Gusmão, eurodeputado do BE, diz-se preocupado com o regresso das políticas de austeridade, que podem significar uma diminuição de investimento, nomeadamente na Educação.
As conferências ‘Europa Viva’ são uma iniciativa da CMTV, CM, ‘Negócios’, ‘Record’ e revista ‘Sábado’, em parceria com a Universidade Autónoma de Lisboa. Conta com a participação de alunos envolvidos no programa EPAS - Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu e visa dar aos jovens a oportunidade de compreenderem os seus direitos enquanto cidadãos da UE e aprenderem sobre a tomada de decisão dos eurodeputados.
Portugal e a indústria de Defesa
Os jovens madeirenses questionaram os eurodeputados sobre a necessidade de o País desenvolver a indústria de Defesa. "Há uma série de indústrias com as quais Portugal tem a ganhar. A da Defesa não é uma delas", considera José Gusmão, do BE. Já Sara Cerdas, do PS, explica que primeiro deve perceber-se se os portugueses preferem que se invista na Defesa ou noutras áreas, como na Saúde ou Educação. A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, defende que, ao invés de se investir no armamento de Portugal e na ajuda militar dos povos em conflito, se deve procurar resolver as guerras de forma diplomática e promover a paz.
Pode votar em qualquer lado
Pela primeira vez em Portugal, os eleitores vão poder dirigir-se a qualquer mesa de voto no país ou no estrangeiro para escolher os 21 eurodeputados portugueses. Podem votar os cidadãos portugueses maiores de 18 anos recenseados em Portugal. Quem fizer 18 anos no dia da eleição, pode votar.
José Gusmão
Eurodeputado do BE
Que medidas deve a União Europeia adotar para tornar a indústria mais competitiva?
Penso que a União Europeia se tem focado excessivamente na ideia de que o mercado resolve os problemas da política industrial e depois acaba a criticar os EUA e a China por fazerem o que na realidade a União Europeia também devia estar a fazer, que era escolher alguns setores que são estratégicos para o seu desenvolvimento e meter dinheiro público nesses setores.
A ascensão dos populismos e dos nacionalismos está a influenciar a coesão e as políticas dentro da União Europeia?
Nós sempre tivemos um grande acordo dentro das forças democráticas, desde a esquerda à direita tradicional, para fazer uma barreira higiénica em torno das forças racistas e de extrema-direita na União Europeia e essa barreira está lentamente a cair. Os extremismos e os populismos têm um grande problema, desinformam e perpetuam as falsas informações.
A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, explicou que a distribuição do financiamento da Educação é da competência de cada Estado-membro e relembra que “não há nada que impeça, quer o Governo nacional quer o Governo regional, de dizer que se revogam as propinas”. Para Sara Cerdas, do PS, o aprofundamento do Pilar Social Europeu pode garantir que um estudante madeirense deslocado tenha as mesmas oportunidades de quem vive em Lisboa. Já José Gusmão, eurodeputado do BE, diz-se preocupado com o regresso das políticas de austeridade, que podem significar uma diminuição de investimento, nomeadamente na Educação.
Portugal e a indústria de Defesa
Os jovens madeirenses questionaram os eurodeputados sobre a necessidade de o País desenvolver a indústria de Defesa. "Há uma série de indústrias com as quais Portugal tem a ganhar. A da Defesa não é uma delas", considera José Gusmão, do BE. Já Sara Cerdas, do PS, explica que primeiro deve perceber-se se os portugueses preferem que se invista na Defesa ou noutras áreas, como na Saúde ou Educação. A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, defende que, ao invés de se investir no armamento de Portugal e na ajuda militar dos povos em conflito, se deve procurar resolver as guerras de forma diplomática e promover a paz.
Pode votar em qualquer lado
Pela primeira vez em Portugal, os eleitores vão poder dirigir-se a qualquer mesa de voto no país ou no estrangeiro para escolher os 21 eurodeputados portugueses. Podem votar os cidadãos portugueses maiores de 18 anos recenseados em Portugal. Quem fizer 18 anos no dia da eleição, pode votar.
José Gusmão
Eurodeputado do BE
Que medidas deve a União Europeia adotar para tornar a indústria mais competitiva?
Penso que a União Europeia se tem focado excessivamente na ideia de que o mercado resolve os problemas da política industrial e depois acaba a criticar os EUA e a China por fazerem o que na realidade a União Europeia também devia estar a fazer, que era escolher alguns setores que são estratégicos para o seu desenvolvimento e meter dinheiro público nesses setores.
A ascensão dos populismos e dos nacionalismos está a influenciar a coesão e as políticas dentro da União Europeia?
Nós sempre tivemos um grande acordo dentro das forças democráticas, desde a esquerda à direita tradicional, para fazer uma barreira higiénica em torno das forças racistas e de extrema-direita na União Europeia e essa barreira está lentamente a cair. Os extremismos e os populismos têm um grande problema, desinformam e perpetuam as falsas informações.
