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Microsoft sugere criar nova Convenção de Genebra para o digital
O presidente da Microsoft garante que não vai “ajudar os governos a atacar os consumidores”. E alerta que no que toca à cibersegurança, as tecnológicas não podem “defender as ameaças de do presente com armas do passado”.
"O dia 12 de Maio de 2017 mudou o mundo. 200 mil computadores em 150 países foram atacados por hackers. Na história da humanidade nunca houve um ataque que atingisse tantos sítios ao mesmo tempo". Foi assim que Brad Smith, presidente da Microsoft, começou a sua intervenção, por diversas vezes aplaudida, sobre os desafio da cibersegurança no Web Summit.
"Não importa se vivemos em Lisboa ou noutro lado. Todos vivemos num mundo digital. A questão agora é: como protegemos o mundo? Se pensarmos no futuro há ameaças à nossa frente".
O presidente da gigante norte-americana relembrou que "estamos a entrar no futuro digital onde tudo está conectado à internet. E este dominó pode cair muito rapidamente". Como se pode combater estas armas invisíveis? Para Brad Smith, em primeiro lugar, é preciso "aceitar que as empresas tecnológicas têm a primeira responsabilidade. Temos de fazer tudo o que conseguirmos para construir sistemas fortes".
Durante a sua intervenção na Altice Arena, que estava praticamente cheia, o responsável explicou que 90% dos ataques ocorrem da mesma maneira: através de email. "Temos de trabalhar com os nossos clientes para reforçar os sistemas que usam para ter maior protecção. Mas vamos ter de fazer mais do que isso. Não podemos defender ameaças do presente com armas do passado", alertou.
As sugestões do líder da Microsoft passaram por um acordo entre as todas as empresas do sector tecnológico para reforçarem a protecção da enorme quantidade de dados gerados no digital. "Não vamos ajudar os governos a atacar os consumidores", comentou. Uma afirmação que gerou fortes aplausos dos presentes na Altice Arena.
"Temos que continuar a tentar encontrar caminhos para ajudar os consumidores. Mas temos de fazer mais uma coisa: temos de usar a nossa voz. Temos de olhar para trás e tirar conclusões do passado".
"O que precisamos no século XXI é de uma nova Convenção de Genebra" para defender os civis. "Precisamos de uma convenção de Genebra para o digital". Foi com esta sugestão, aplaudida novamente pela plateia, que Brad Smith concluiu a sua intervenção.