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Margrethe Vestager: o mercado europeu não é uma "selva"

Na abertura do Web Summit, a comissária Europeia da Concorrência apontou a concorrência como um dos campos imprescindíveis à inovação e promete "reinventar" medidas para garantir o cumprimento destes pilares.

MARGRETHE VESTAGER
'NINGUÉM GOSTARIA DE ENCONTRAR A SUA EMPRESA NA PÁGINA QUATRO' DO MOTOR DE BUSCA  

A comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, dominou os primeiros momentos do Web Summit. Esteve na cerimónia de abertura, deixando logo o recado de que a Europa não é uma selva. As mensagens foram ouvidas em particular por gigantes como a Google ou a Apple, que já viram a mão pesada desta dinamarquesa. Um dia depois, voltou à carga. 'Empresas como a Google têm uma especial responsabilidade por causa da sua dominância', declarou, especificando que 'ninguém gostaria de encontrar a sua empresa na página quatro'. Por esta passagem por Lisboa ficou, ainda, o elogio aos processos da banca portuguesa, da CGD e Novo Banco.
Bruno Simão/Negócios
06 de Novembro de 2017 às 20:24
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A comissária europeia da Concorrência defendeu esta segunda-feira, 6 de Novembro, que o mercado europeu não é uma "selva".Margrethe Vestager fazia uma comparação com os Estados Unidos da América e o seu ecossistema de inovação durante a abertura da segunda edição do Web Summit.

 

"O mercado europeu é um mercado onde nos preocupamos", defendeu a responsável, que falava sobre a forma como a tecnologia está a controlar as nossas vidas. "É preciso assegurar que as empresas jogam de forma justa", acrescentou.

 

Vestager lembrou os casos em que a Comissão Europeia aplicou coimas a tecnológicas norte-americanas como Facebook, Google ou Apple por abuso de posição dominante ou manipulação de informação. No caso da Google, a multa foi recorde: 2,4 mil milhões de euros. Todas as empresas estão a cumprir com os pagamentos, assegurou.

 

Para a comissária europeia, o desafio no mercado único está em "desenvolver as ferramentas certas" para garantir este balanço do mercado a um ritmo que é cada vez mais rápido. "Precisamos de competição justa para ter um mercado justo", apelou.

 

"Se a empresa tiver sucesso no mercado, deve ser porque tem os melhores produtos", acrescentou. Porque só isso, acredita, poderá ter um impacto positivo no desenvolvimento da democracia a nível comunitário. "Quando crescemos, não devemos ignorar os outros", explicou.

 

A comissária europeia posicionou que é preciso "reinventar" os impostos que incidem sobre as empresas para garantir que estas "pagam", e elogiou o papel crescente dos cidadãos na "pressão" que têm feito na denúncia destes casos de alegada evasão fiscal.

 

Vestager está consciente de que situações de incumprimento vão continuar a existir. "Pessoas como eu nunca ficam desempregadas, infelizmente", brincou.

 

Recordando que "a concorrência é um dos motores da inovação", a comissária europeia apelou a novas formas de participação dos mais jovens na democracia, para lá dos ecrãs e das redes sociais. "Temos de trazer a democracia de volta e renová-la", apelou.

 

Vestager não reagiu à provocação da jornalista, logo no início, sobre "quão estragado está Sillicon Valley", conhecida como a principal comunidade de inovação e empreendedorismo do mundo. "Não gosto de generalizar", respondeu.

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