Notícia
"Facebook criou um clone digital da nossa sociedade"
Foi o denunciador do caso Cambridge Analytica que esteve no palco do Web Summit com os mais veementes alertas sobre os perigos do desenvolvimento da tecnologia e do poder das empresas que detêm os dados.
A camisola com a inscrição "arrest the president" (prendam o presidente) pode ter sido um primeiro alerta para aquilo que seguiria.
Christopher Wylie, que denunciou o caso Cambridge Analytica, no qual uma quantidade grande de dados dos perfis de utilizadores do Facebook foram usados para fins políticos - e segundo o denunciador via Rússia -, não poupou os alertas: as polícias e as políticas não percebem o que está a acontecer; os cientistas de dados e os engenheiros, todos os que trabalham em tecnologia, precisam de regras e de regulação. As empresas, como o Facebook, estão a fazer um colonialismo digital.
Wylie não tem dúvidas: "o Facebook tem tanto poder ao seu dispor, estão a fazer um clone digital da nossa sociedade", e no caso do Cambridge Analytica o Facebook "sabia tudo desde o início e não fizeram nada".
"Isto é uma história de colonialismo, de explorar as pessoas, e quando temum problema devolve o problema a outra pessoa. E os governos não estão a lidar com isto", alertou, não estão a lidar com isto porque também não sabem. Chris Wylie contou como tentou explicar o problema e como não o percebiam, nem os políticos nem a polícia. Um amigo até ironizou com a possibilidade de as forças policiais o chamarem tantas vezes para explicar questões tecnológicas, para não terem de pagar consultores.
Para aquele que denunciou o caso da Cambridge Analytica, as pessoas que trabalham em tecnologia deviam ter um código de conduta ético. É que nas suas palavras o poder que têm é muito. Dentro de 20 anos, tudo estará em conexão com tudo, a casa falará com o carro, com todos os dispositivos. A inteligência artificial estará em todo o lado. "Imaginem olhar para o futuro", em que a inteligência artificial "pensa, olha e procura influenciar o comportamento".
E é "um grande problema se não pensarmos nisso", por isso o alerta a quem trabalha em tecnologia: "tenham em consideração que o que fazem tem impacto da sociedade e pensem mais à frente. Para mim é assustador". Até porque, em seu entender, "o Facebook e outras companhias não não têm em consideração o impacto ético do que fazem".
O assunto de regras e regulação é controverso. Mas Chris Wylie não teve dúvidas em defender regras e regulação. "Porque não podemos regular o código? (...) Precisamos de regras".
Uma intervenção com fortes alertas, lamentando não ter ainda acontecido grande coisa depois da denúncia que fez. Só a multa aplicada no Reino Unido, a seu ver baixa. Mas, no final, valeu a pena? "Yes". Pelo menos garantiu que se debate a protecção dos dados. "E pensar nisso, é um progresso".
Christopher Wylie, que denunciou o caso Cambridge Analytica, no qual uma quantidade grande de dados dos perfis de utilizadores do Facebook foram usados para fins políticos - e segundo o denunciador via Rússia -, não poupou os alertas: as polícias e as políticas não percebem o que está a acontecer; os cientistas de dados e os engenheiros, todos os que trabalham em tecnologia, precisam de regras e de regulação. As empresas, como o Facebook, estão a fazer um colonialismo digital.
"Isto é uma história de colonialismo, de explorar as pessoas, e quando temum problema devolve o problema a outra pessoa. E os governos não estão a lidar com isto", alertou, não estão a lidar com isto porque também não sabem. Chris Wylie contou como tentou explicar o problema e como não o percebiam, nem os políticos nem a polícia. Um amigo até ironizou com a possibilidade de as forças policiais o chamarem tantas vezes para explicar questões tecnológicas, para não terem de pagar consultores.
Para aquele que denunciou o caso da Cambridge Analytica, as pessoas que trabalham em tecnologia deviam ter um código de conduta ético. É que nas suas palavras o poder que têm é muito. Dentro de 20 anos, tudo estará em conexão com tudo, a casa falará com o carro, com todos os dispositivos. A inteligência artificial estará em todo o lado. "Imaginem olhar para o futuro", em que a inteligência artificial "pensa, olha e procura influenciar o comportamento".
E é "um grande problema se não pensarmos nisso", por isso o alerta a quem trabalha em tecnologia: "tenham em consideração que o que fazem tem impacto da sociedade e pensem mais à frente. Para mim é assustador". Até porque, em seu entender, "o Facebook e outras companhias não não têm em consideração o impacto ético do que fazem".
O assunto de regras e regulação é controverso. Mas Chris Wylie não teve dúvidas em defender regras e regulação. "Porque não podemos regular o código? (...) Precisamos de regras".
Uma intervenção com fortes alertas, lamentando não ter ainda acontecido grande coisa depois da denúncia que fez. Só a multa aplicada no Reino Unido, a seu ver baixa. Mas, no final, valeu a pena? "Yes". Pelo menos garantiu que se debate a protecção dos dados. "E pensar nisso, é um progresso".