Notícia
Facebook terá oferecido dados pessoais dos utilizadores a empresas como Netflix ou Airbnb
O Parlamento britânico divulgou 250 documentos confidenciais do Facebook que revelam que a empresa terá oferecido acesso especial aos dados privados dos utilizadores a empresas como a Netflix e o Airbnb.
05 de Dezembro de 2018 às 18:14
Os documentos confidenciais do Facebook divulgados pelo Parlamento britânico esta quarta-feira, 5 de Dezembro, revelam como a rede social terá favorecido algumas empresas em detrimento de outras no acesso aos dados privados dos utilizadores, avança o The New York Times.
Com base nos 250 documentos divulgados pelos deputados britânicos, o jornal norte-americano escreve que, entre 2012 e 2015, a empresa fez acordos com empresas específicas, como a Netflix, o Airbnb ou a Lyft, para lhes dar acesso a dados. Isto aconteceu depois de a empresa ter mudado a política de privacidade que restringiu o acesso aos dados dos utilizadores pelas empresas.
A documentação, que inclui mails trocados entre trabalhadores do Facebook, mostra também que a empresa debateu a possibilidade de dar acesso preferencial aos dados a clientes que mais dinheiro gastavam em publicidade (mais de 250 mil dólares por ano). Por outro lado, discutiu trancar o acesso a empresas que via como concorrentes directas.
Os documentos foram divulgados pela comissão parlamentar do digital, cultura, media e desporto que está a investigar as práticas da rede social sobre 'fake news', depois de terem sido classificados como confidenciais por um tribunal da Califórnia num processo que envolve outra empresa. Foi o fundador dessa empresa (Six4Three), Ted Kramar, que admitiu ter dado os documentos aos deputados britânicos.
Em sua defesa, o Facebook referiu que a documentação "só mostra parte da história e é apresentada de uma forma que é enganadora, sem dar contexto adicional". "Como qualquer negócio, tivemos muitas conversas internas sobre várias formas de como podíamos construir um modelo de negócio sustentável para a nossa plataforma", defende-se a empresa, assegurando, no entanto, que "nunca vendeu" os dados dos utilizadores.
Mas há ainda mais revelações. Segundo a Bloomberg, um email de 2013 mostra como Mark Zuckerberg ordenou o bloqueio do acesso do Twitter, através do Vine (partilha de vídeos), à funcionalidade que permite encontrar os amigos do Facebook na rede social do pássaro azul.
Além disso, o Facebook terá tornado mais difícil saber o que muda nas actualizações da sua aplicação no Android de forma a conseguir colher dados sobre o histórico das chamadas ou as SMS enviadas pelos utilizadores. Acresce que através da Onavo (app que comprou) terá conseguido aceder a informação da utilização de aplicações no iPhone, tendo em tempo real as tendências sobre as apps mais utilizadas.
Recorde-se que, no Reino Unido, o Facebook foi multado em 560 mil euros pelo escândalo da Cambridge Analytica, por ter permitido a "violação" das leis sobre protecção de dados pessoais.
Com base nos 250 documentos divulgados pelos deputados britânicos, o jornal norte-americano escreve que, entre 2012 e 2015, a empresa fez acordos com empresas específicas, como a Netflix, o Airbnb ou a Lyft, para lhes dar acesso a dados. Isto aconteceu depois de a empresa ter mudado a política de privacidade que restringiu o acesso aos dados dos utilizadores pelas empresas.
Os documentos foram divulgados pela comissão parlamentar do digital, cultura, media e desporto que está a investigar as práticas da rede social sobre 'fake news', depois de terem sido classificados como confidenciais por um tribunal da Califórnia num processo que envolve outra empresa. Foi o fundador dessa empresa (Six4Three), Ted Kramar, que admitiu ter dado os documentos aos deputados britânicos.
"Eu acredito que há interesse público considerável na divulgação destes documentos", escreveu Damian Collins, o presidente da comissão, no Twitter, referindo que levantam "questões importantes sobre como o Facebook trata os dados dos utilizadores, as políticas que tem para trabalhar com os developers de aplicações, e como exerce a sua posição dominante no mercado das redes sociais".I believe there is considerable public interest in releasing these documents. They raise important questions about how Facebook treats users data, their policies for working with app developers, and how they exercise their dominant position in the social media market.
— Damian Collins (@DamianCollins) 5 de dezembro de 2018
Em sua defesa, o Facebook referiu que a documentação "só mostra parte da história e é apresentada de uma forma que é enganadora, sem dar contexto adicional". "Como qualquer negócio, tivemos muitas conversas internas sobre várias formas de como podíamos construir um modelo de negócio sustentável para a nossa plataforma", defende-se a empresa, assegurando, no entanto, que "nunca vendeu" os dados dos utilizadores.
Mas há ainda mais revelações. Segundo a Bloomberg, um email de 2013 mostra como Mark Zuckerberg ordenou o bloqueio do acesso do Twitter, através do Vine (partilha de vídeos), à funcionalidade que permite encontrar os amigos do Facebook na rede social do pássaro azul.
Além disso, o Facebook terá tornado mais difícil saber o que muda nas actualizações da sua aplicação no Android de forma a conseguir colher dados sobre o histórico das chamadas ou as SMS enviadas pelos utilizadores. Acresce que através da Onavo (app que comprou) terá conseguido aceder a informação da utilização de aplicações no iPhone, tendo em tempo real as tendências sobre as apps mais utilizadas.
Recorde-se que, no Reino Unido, o Facebook foi multado em 560 mil euros pelo escândalo da Cambridge Analytica, por ter permitido a "violação" das leis sobre protecção de dados pessoais.