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TAP quer transformar Portugal em ponto de paragem turística
O Portugal Stopover vai permitir escalas de 24 a 72 horas em Lisboa ou Porto para passageiros de longo curso. Os americanos são o foco. Brasil e África também são alvos deste programa.
David Neeleman e Fernando Pinto chegaram de tuktuk à Praça do Comércio. O relógio marcava as 17:36.
À sua espera, Humberto Pedrosa, o presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina e a secretária de Estado do Turismo Ana Mendes Godinho. E hoteleiros, muitos hoteleiros.
Todos juntos para apresentar o Portugal Stopover, um novo serviço que vai permitir aos passageiros de voos de longo curso da TAP fazerem uma escala de 24 a 72 horas em Lisboa e Porto sem pagarem mais por isso.
O foco está nos clientes norte-americanos, mercado para onde a TAP inaugurou recentemente rotas para Boston e para o aeroporto JFK em Nova Iorque e assinou uma parceria de "code share" com a Jetblue.
"Se perguntarem nos Estados Unidos se conhecem Portugal, dizem que não. Mas querem conhecer. Antes, era muito difícil chegar aqui", admitiu o accionista David Neeleman à entrada.
O Portugal Stopover resulta de um acordo com 150 entidades e vai permitir, além da escala gratuita, hotéis a preços exclusivos e experiências turísticas gratuitas.
Para 2017 são esperados 150 mil turistas adicionais devido ao Portugal Stopover. Com esta iniciativa, a TAP estima atingir 300 mil turistas a partir do ano seguinte, com um potencial impacto de 150 milhões de euros para a economia nacional, nos próximos três anos.
O presidente da TAP, Fernando Pinto, não revelou os valores de investimento envolvidos.
"Queremos trazer para cá esses turistas, que eles permaneçam algum tempo em Portugal ", admitiu Pinto face aos norte-americanos. Mas a ambição vai mais longe: fazer chegar esta opção a passageiros do Brasil e África.
Para beneficiar desta iniciativa, os passageiros vão poder aceder a um site próprio onde terão de dar indicação do local e duração da estada e reservar o respectivo hotel. Há também uma aplicação para apoio a estes viajantes.
"É o momento certo para conquistar este mercado", realça Pinto em relação aos norte-americanos, recordando a união de esforços e o tempo recorde envolvidos na sua implementação.
A TAP quer assim Portugal a afirmar-se como um pólo aglutinador, criando um "eixo atlântico" entre Europa, América e África.
Às 18:45, os parceiros foram chamados para assinar o manifesto em que assenta o projecto do Portugal Stopover. Foram precisos cinco minutos para que fosse lido na totalidade e assinado. Até que a TAP resume a cerimónia num ecrã: "trazemos o mundo para conhecer Portugal".
"Se há erro que não podemos cometer é achar que, por tudo estar a correr bem, não devemos fazermos nada", lembrou Fernando Medina na cerimónia.
O presidente da Câmara de Lisboa defendeu que só a unidade entre as entidades públicas e privados permitem alcançar os resultados que têm vindo a ser registados pelo turismo em Portugal. "Tudo está nas nossas mãos", acrescentou.
O mesmo apelo foi deixado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. "Este é um exemplo da forma como queremos trabalhar o turismo", apontou, destacando a inovação associada a este projecto.
(notícia actualizada às 19:55 com mais informação)