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Svend Leirvaag: consolidação do mercado é "perigo" para as agências de viagens
Num mundo mais digital, as agências de viagem continuarão a ter o seu papel, acredita o administrador da ETTSA – associação europeia dos serviços de tecnologia e viagens. "As pessoas vão continuar a viajar. Não vão substituir essa experiência por realidade virtual", afirmou.
A tendência de consolidação de mercado "é um perigo" para a concorrência. A posição foi defendida esta sexta-feira, 9 de Dezembro, por Svend Leirvaag, administrador da ETTSA – associação europeia dos serviços de tecnologia e viagens.
Durante o 42.º congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT), o responsável relembrou que se não houver concorrência, não há também escolha para o consumidor. "A premissa fundamental para o nosso negócio é a competição", afirmou em Aveiro, onde decorre o evento.
Svend Leirvaag defendeu que é necessário "estar atento" a quem se move contra este princípio e alertou para os cenários de "monopólio ou gatekeeping [filtragem] da procura dos consumidores". A título de exemplo, 70% do tráfego que chega ao site de uma companhia aérea é externo, sendo mediado, por exemplo, pelo portal de pesquisa Google.
"O único erro que fazemos nesta indústria é simplificar e generalizar demais. Falamos de companhias aéreas como se fossem um grupo homogéneo, mas há muitos tipos de companhias", referiu. Para o porta-voz da EETSA, a indústria da aviação – tirando as componentes dos aviões e da tecnologia – "está longe de ser global".
As "notícias falsas" que enchem o sector das agências de viagens e turismo – como a morte "anunciada" destas actividades perante a ascensão do online – é outra das preocupações apontadas pelo responsável. "As pessoas vão continuar a viajar. Não vão substituir essa experiência por realidade virtual", contraria.
Svend Leivaag – num painel que discutia "O consumidor do futuro e o futuro das agências de viagens" – referiu ainda que o sector tem "um caminho futuro de inovação que é impressionante. Contudo não é pública, é ‘business to business [negócio a negócio]".