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Springwater quer comprar duas empresas por ano em Portugal

Só não interessa o imobiliário e o sector financeiro. De resto, a Springwater Capital diz-se “agnóstica” quanto os sectores de investimento. Na mira estão empresas com receitas entre os 150 e os 400 milhões de euros.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Junho de 2016 às 13:54
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A Springwater Capital quer reforçar a presença em Portugal. Com um objectivo bem definido: comprar uma ou duas novas empresas por ano no país.

"Somos uma empresa agnóstica em termos de sectores. Não temos um foco sectorial. As coisas aconteceu quando surgem oportunidades", avança ao Negócios Martin Gruschka (na foto à direita), fundador e CEO da Springwater.


Só o sector financeiro e o imobiliário ficam fora da lista. "Acreditamos que há certos sectores como a logística, engenharia ou aeroespacial que são bons em Portugal. Olhamos para oportunidades consideráveis, com foco em companhias com 150 a 300/400 milhões em receitas", concretiza.


Em 2014, aquando do colapso do Grupo Espírito Santo, a Springwater Capital adquiriu a Espírito Santo Viagens (dona da Topatlântico). Um ano depois comprou a Geostar à Sonae, reforçando a liderança de mercado e atingindo vendas a rondar os 400 milhões de euros. Hoje, a Springwater Tourism – que reúne as duas marcas – empresa cerca de 850 pessoas em Portugal.


"É esta a escala que gostaríamos de ter noutras aquisições. Os nossos investimentos nunca são feitos com base numa grande redução de custos. Não partimos para uma oportunidade por acreditarmos que podemos reduzir a sua força de trabalho. Já é tão difícil reconstruir um negócio, imagine se começarmos com energia negativa", afirma Gruschka.


Há oportunidades em cima da mesa mas não podem ser reveladas devido a acordos de confidencialidade. "Sentimo-nos bem posicionados para fazer essas aquisições", assegura. O controlo do negócio é sempre uma prioridade na hora de fechar acordo.


"Portugal é forte. Tem imensas empresas familiares que buscam uma mudança de geração. Às vezes, a geração mais nova tem outros objectivos e não quer assumir os negócios dos pais. Há uma migração natural de um negócio familiar para algo mais institucional", exemplifica. Outro caso é quando existe discordância entre a base de accionistas.


A estratégia da Springwater para Portugal manter-se-á: "Encontrar uma oportunidade, usá-la como plataforma e tentar crescer à sua volta. Não necessariamente apenas em Portugal". "Se é uma boa empresa, é preciso exportar e crescer fora do país", conclui o gestor.

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