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Rio de Janeiro: Uma porta de entrada no céu, um ponto de descanso na terra

Os grandes eventos têm contribuído para o reforço turístico da cidade do Rio de Janeiro. A hotelaria cresce, as infra-estruturas desenvolvem-se. A Copa e os Olímpicos são a catapulta necessária. O grande desafio está mesmo depois disso.

Uma imagem aérea do Corcovado, no Rio de Janeiro. Fotografia de Dado Galdieri
Dado Galdieri/Bloomberg
24 de Julho de 2015 às 15:19
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Michael Nagy diz ter o emprego "mais difícil" do mundo: vender o destino Rio de Janeiro todos os dias da sua vida. O director comercial da Rio Convention recorre à ironia para mostrar a satisfação que a missão lhe dá. O desafio é real.

 

Depois do Mundial de Futebol em 2014, os Jogos Olímpicos são a próxima paragem. Em 2016, a expectativa é de que abram 85 novos hotéis na cidade, representando 17 mil quartos. A capacidade hoteleira da cidade escala assim para 372 hotéis e quase 43 mil quartos disponíveis.

 

A dificuldade está em vender esses mesmos quartos depois de terminada a competição desportiva. O Rio de Janeiro, que é já a nona maior cidade do mundo no que respeita à realização de eventos, quer aprofundar a posição.

 

A realização da Copa e dos Olímpicos obrigou a "cidade maravilhosa" a dizer não a cerca de 350 eventos programados para este período, mas Michael Nagy assegura que o retorno para a cidade destes dois grandes eventos "compensa" a cedência.

 

O Rio de Janeiro anseia vender-se como um todo, expandindo-se para lá da zona sul, que representa actualmente metade da oferta hoteleira. A Barra da Tijuca - que funcionará como a sede dos Jogos Olímpicos e conhecida como uma área de yuppies, de novo dinheiro - é um dos vectores. Aí, o golfe funcionará como um chamariz futuro em termos turísticos.

 

Mas há outras facetas a explorar. "Chegámos a fazer convenções em favelas. As favelas estão muito bem integradas na cidade devido ao forte trabalho das autoridades", conta o responsável. Também o centro do Rio, com um lado mais histórico e a proximidade de 20 quilómetros ao Aeroporto Rio Galeão, tem dado luta.

 

Além dos hotéis, onde predominam as tipologias de três e quatro estrelas, há o chamado alojamento alternativo. Michael Nagy avança que a oferta total no Rio de Janeiro pode chegar aos 80 mil quartos. É esse valor que o responsável tem efectivamente de vender após as competições desportivas. Com a diversificação da oferta e consequente aumento da competitividade, os próprios preços acabaram por cair, tornando a oferta mais atractiva para visitantes internacionais.

 

O sistema de transportes da cidade está a ser aperfeiçoado, permitindo viagens mais rápidas e "integrar o aeroporto (Rio Galeão) na cidade" que comemora em 2015 o seu 450º aniversário. O Rio Galeão, conhecido ainda como Aeroporto Internacional Tom Jobim, também está a mudar para os Jogos Olímpicos.

 

As obras estão em curso e a perspectiva é de que estejam concluídas em Abril de 2016. No ano passado, transportou cerca de 17 milhões de passageiros. Marcelo Varella, responsável pelo desenvolvimento estratégico da infra-estrutura, acredita que em 2016 esse número possa escalar até aos 20 milhões. Em 2015, ficará pelos 18 milhões. "A entrada da Avianca na Star Alliance é uma grande vantagem para a venda do destino", considerou o responsável. A Avianca Brasil tornou-se membro da rede de aviação esta quarta-feira, 22 de Julho, representando o regresso do país à Star Alliance.

 

"Actualmente, o aeroporto não tem constrangimentos de capacidade", garante Varella. Com as obras, vão ser criados mais espaços de estacionamento, novos lugares para as aeronaves e as áreas comerciais também serão expandidas. Dois novos hotéis - com as chancelas Novotel e Ibis - são outra das novidades.

 

O Rio Galeão, que abriu as suas portas em 1952, serve mais de 50 cidades (metade das quais no Brasil). Nesta nova fase, com os Olímpicos, prevê-se a criação de 60 novas ligações aéreas. "Se se atingir um certo nível de tráfego", a infra-estrutura poderá partir para uma terceira ronda de expansão em 2026.

 

O Rio Galeão é detido em 51% por privados (num consórcio formado pela Changi e pela Odebrecht). Os restantes 49% mantêm-se no domínio público.

*Jornalista no Rio de Janeiro a convite da Star Alliance

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