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Receitas do turismo superaram os 6 mil milhões de euros em 2023

Açores, Lisboa e Norte foram as regiões do país que registaram aumentos mais expressivos dos proveitos. O Algarve foi a única região que não superou os níveis pré-pandemia. Além do menor número de turistas domésticos, a estada média dos estrangeiros também está a cair.

Em 2023, os alojamentos turísticos receberam 30 milhões de hóspedes e registaram 77,2 milhões de dormidas, aumentos de 13,3% e 10,7%, segundo o INE.
Duarte Roriz
Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 14 de Fevereiro de 2024 às 11:25

O turismo fechou 2023 com receitas superiores a 6 mil milhões de euros, trata-se de um valor recorde que representa um aumento de 20% face ao ano anterior e de 40% face a 2019, de acordo com os dados preliminares do INE divulgados esta quarta-feira.

 

Do total dos proveitos,  4,6 mil milhões de euros foram provenientes das dormidas, um valor que também aumentou 21,3% face a 2023 e 43% comparando com 2019, com os Açores, Grande Lisboa e Norte a liderarem as subidas. 

 

Estes resultados são explicados pelo aumento do número de dormidas em 10,7%, bem como pelo aumento dos preços dos alojamentos turísticos. O rendimento médio por quarto ocupado (ADR)  subiu 9,2% para 113,1 euros, com os maiores crescimentos registados nos Açores e na Madeira (+14,3% em ambas) e na grande Lisboa(+12,2%). Pelo contrário, o  Algarve e o Alentejo apresentaram as evoluções mais modestas (+4,4% e +5,2%).

 

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) também subiu 15,4% para 64,8 euros. Em 2023, este indicador registou crescimentos de 16,5% na hotelaria, 15,7% no alojamento local e 7,1% no turismo no espaço rural e de habitação. Nesta rubrica, os valores mais elevados"foram registados na na Área Metropolitana de Lisboa (110,9 euros) e na Madeira (98,5 euros).

 

Algarve com estadas médias mais curtas

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Os resultados preliminares da atividade turística apontam que Portugal recebeu  30 milhões de hóspedes (+13,3%) e somou mais de  77 milhões de dormidas (+10,7%) ao longo de 2023.  Só o município de Lisboa concentrou 19,6% do total de dormidas.

 

Estes números colocam praticamente todos os municípios  nos níveis pré-pandemia, à excepção do Algarve. "Comparando com 2019, o Algarve foi a exceção, sendo a única região a não atingir os níveis pré-pandemia, com um decréscimo do número de dormidas (-2,5%)", sublinha o gabinete de estatística. Isto no que diz respeito às dormidas. Na rubrica de receitas o Algarve segue a tendência nacional de máximos históricos.

 

Estes valores são explicados pela menor procura por turistas domésticos, bem como pela redução do número de pernoitas por parte dos estrangeiros.  "O número total de hóspedes que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico do Algarve apresentou uma evolução distinta da evolução das dormidas, face a 2019, registando um aumento de 1,4%, o que reflete uma diminuição da estada média (-3,8%).

 

Os mercados externos registaram uma maior redução da estada média (-4,2%), refletindo um aumento de 3% no número de hóspedes e um decréscimo de 1,2% nas dormidas, ou seja, os hóspedes estrangeiros, embora em maior número face a 2019, fizeram estadias mais curtas no Algarve.

 

Já os hóspedes residentes, por sua vez, para além de serem em menor número do que em 2019 (-2,8%), também tiveram estadas médias mais curtas (-3,7%), originando um decréscimo de 6,4% das dormidas. Porém, como aponta o INE, "entre 2019 e 2023, o Algarve manteve-se sempre como o principal destino turístico nacional em termos do número de dormidas, apesar da redução da sua quota de mercado em 3,4 p.p. neste período (29,8% do total de dormidas em 2019, para 26,4% em 2023)". 

A queda do número de dormidas na época alta face a 2019 também ajuda a explicar os números da região.  Comparando com 2019, janeiro de 2023 foi o primeiro mês, desde o início da pandemia, em que se observou um aumento do número de dormidas no Algarve (+1,2% face a janeiro de 2019), iniciando-se neste mês uma trajetória de crescimento que durou até ao mês de abril. Um trajeto interrompido entre maio e setembro,quando se registaram sucessivos decréscimos do número de dormidas, com destaque para os meses de agosto (-7,6%), junho (-7,4%) e setembro (-6,6%). 

 

Já no quarto  trimestre do ano, "voltaram a registar-se aumentos face a 2019, com maior expressão nos meses de outubro (+7,3%) e novembro (+4,6%)". Mas "o decréscimo que se verificou no 3º trimestre (-615,0 mil dormidas face a 2019), época alta, foi determinante para a evolução anual observada", aponta o INE.

 

Quanto aos principais mercados, os britânico continuam a liderar  (37% do total de dormidas de não residentes), mas registaram  um decréscimo de 1,8% face a 2019, tal como as dormidas de hóspedes alemães (11,4% do total) que recuaram 4,4%.

Já o mercado irlandês cresceu 16,5% e superou 1,6 milhões de dormidas. Destacaram-se ainda as evoluções apresentadas pelos mercados norte americano e canadiano (+70,3% e +26,9%).

 


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