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No ano zero da pandemia, preços subiram 9% no turismo rural e caíram 10% na hotelaria

Em 2020, Portugal recebeu 6,5 milhões de turistas não residentes, valor que representa uma queda sem precedentes, superior a 73%.

Câmara Municipal de Arcos de Valdevez
08 de Julho de 2021 às 11:51
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No ano que ficou marcado pela chegada da pandemia a Portugal, o retrato do turismo nacional sofreu alterações profundas. Com a procura por locais isolados para passar férias, os preços dispararam nos alojamentos de turismo rural e de habitação, ao mesmo tempo que caíram fortemente na hotelaria. Ao todo, os estabelecimentos de alojamento turístico em Portugal receberam menos de 12 milhões de hóspedes em 2020, ano de quedas sem precedente histórico.

Os dados foram publicados esta quinta-feira, 8 de julho, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nas estatísticas finais relativas à atividade turística em 2020. Nesse ano, indica o INE, considerando a generalidade dos meios de alojamento turístico, registaram-se 11,7 milhões de hóspedes, responsáveis por 30,3 milhões de dormidas, números que correspondem a quebras de 60,4% e 61,1% em relação ao ano anterior.

Em 2020, chegaram a Portugal 6,5 milhões de turistas não residentes, valor que representa uma diminuição de 73,7% face a 2019. Espanha manteve-se como o principal mercado emissor de turistas internacionais, com uma quota de 28,5%, ainda que tenha registado uma queda de 70,5% no ano passado.

Já os residentes em Portugal realizaram 14,4 milhões de deslocações turísticas no ano passado, menos 41% do que em 2019. Ao todo, 4 milhões de residentes em Portugal fizeram pelo menos uma viagem turística, o equivalente a 39% da população residente - menos 14,1 pontos percentuais face a 2019.

Os proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico caíram à boleia das quedas acentuadas do número de hóspedes e de dormidas no ano passado. Contudo, ressalva o INE, "a redução do volume de negócios da atividade do turismo não decorreu apenas de um efeito quantidade", já que, em 2020, houve uma redução de preços.

"Este impacto da pandemia também se fez notar no indicador proveito médio por dormida, que em 2020 diminuiu 9,4% e atingiu 41,7 euros (46 euros em 2019, mais 3,2% face a 2018)", detalha o INE.

Ainda assim, este movimento não foi comum a todos os tipos de alojamento. Na hotelaria, que responde por 81% das dormidas, o proveito médio por dormida foi de 43,1 euros, uma qued ade 10,5% face a 2019. Já no alojamento local (o INE contabiliza apenas os alojamentos locais com dez ou mais camas, deixando de fora, por isso, uma fatia significativa deste segmento), que represneta 13,9% das dormidas, o proveito médio por dormida caiu 11,3% e fixou-se em 29,6 euros.

No turismo no espaço rural e de habitação, por outro lado, registou-se um aumento de 8,6% deste indicador, que atingiu os 52,3 euros. Neste segmento, só nos meses de abril e maio, durante o primeiro confinamento imposto em Portugal, é que se registou uma queda deste indicador. Em todos os restantes meses de 2020, verificaram-se aumentos do proveito médio por dormida, com destaque para os meses de verão.

"Esta singularidade indicia que este segmento da oferta dos serviços de alojamento turístico terá sido mais resistente ao impacto da pandemia, como comprova o facto de ter sido o que registou menores decréscimos no número de hóspedes (-37,1%) e de dormidas (-34,1%), a grande distância das reduções verificadas na hotelaria (-61,6% e -63,9%, respetivamente) e no alojamento local (-66,3% e -65,0%, pela mesma ordem)", sublinha o INE.
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