"Ao turismo o que é do turismo, à justiça o que é da justiça". Foi assim que Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, reagiu às perguntas sobre o impacto que a investigação judicial a autarcas e empresários do setor na Madeira teve na região. 

Numa conferência de imprensa no âmbito do congresso da AHP que está a decorrer no Funchal, o responsável da associação  apontou ainda que " a representação do emprego na área do turismo é muito significativa na Madeira". 

O empresário madeirense comentou ainda  que a decisão da semana passada, do juiz de instrução relativamente aos envolvidos na investigação, "foi uma boa notícia para o nosso congresso e para restaurar a confiança".

Segundo o despacho do juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, foi aplicada a medida cautelar menos gravosa ao ex-presidente do município do Funchal Pedro Calado (PSD), bem como aos empresários Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia. O Ministério Público tinha pedido prisão preventiva, a medida mais gravosa, para os três arguidos.

Por sua vez, Cristina Siza Vieira, presidente da AHP, aproveitou para sublinhar que esta situação que envolveu a Madeira "não compromete aquilo que são as bases" do turismo na região, como o bom tempo que atrai tantos turistas. Por isso, do ponto de vista da procura, não acredita que tenha beliscado a imagem do destino.

Já Miguel Albuquerque, que tinha apresentado demissão no âmbito da investigação em causa, fez questão de marcar presença no congresso e aproveitou para destacar o contributo do turismo na economia da região. "Quero agradecer aos  hoteleiros o trabalho que têm feito para colocar turismo como atividade fundamental para o crescimento da região", comentou.

*A jornalista viajou a convite da AHP