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"Há formas de preservar a autenticidade do nosso país" apesar do crescimento do turismo

O Barómetro do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo prevê mais visitantes em 2025, logo mais receitas, mas para o presidente do IPDT é importante "desconcentrar o excesso de turistas" e "preservar a autenticidade".

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O Barómetro do Turismo realizado pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) prevê que Portugal registe 33 milhões de hóspedes este ano. Assim, perspetiva-se que o número de dormidas se estenda e atinja 81 milhões, levando a receita total aos 6,5 mil milhões de euros, acima dos 5,7 mil milhões de 2023.

Apesar dos números, Jorge Costa, presidente do IPDT, realça que o aumento do turismo "representa uma grande oportunidade, mas também coloca desafios significativos ao nosso país".

"O barómetro não se foca no excesso de turistas, mas antecipa a possibilidade dessa pressão, nomeadamente em algumas zonas do país, principalmente Porto, Lisboa e Algarve, não todas ao mesmo tempo, porque sabemos que alguns destes crescimentos e concentrações têm uma tipologia sazonal. É evidente que temos que antecipar para evitar os problemas que nós já testemunhámos noutras partes do mundo", realça.

Um desses problemas é a descaracterização das cidades e a perda de autenticidade. "Naturalmente, a autenticidade é um dos grandes ativos de Portugal e temos que o preservar a todo custo. Temos consciência que, de facto, zonas de Lisboa estão a descaracterizar-se, algumas no Porto poderão eventualmente seguir-se se não for feito o trabalho de casa", admite Jorge Costa em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.

Para o presidente do IPDT, é também importante consciencializar as regiões que ainda não sofrem esta pressão, como o interior do país, para "manter essa autenticidade, essa diferenciação, a preservação do comércio local, das tradições culturais".

Por outro lado, há a questão das infraestruturas, pois o crescimento do turismo "coloca pressão sobre as infraestruturas e há uma necessidade natural de modernizar as mesmas logo à partida em termos das redes de transportes, das acessibilidades, mas também das próprias instalações turísticas e de suporte ao turismo que terão que estar devidamente preparadas para receber este contínuo crescimento do fluxo turístico para o nosso país".

Por fim, realça ainda Jorge Costa, existe "a questão do mercado, do alojamento local, que deve ser devidamente regulamentado"."Deve haver aqui um equilíbrio entre a procura e a oferta. E este equilíbrio, numa perspetiva de sustentabilidade, é como não não matamos a galinha dos ovos de ouro", sublinha.

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