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Fosun "salva" agência de viagens mais antiga do mundo mas ações afundam

Os acionistas chineses do BCP vão injetar 750 milhões de libras (834 milhões de euros) na agência de viagens britânica Thomas Cook.  

Reuters
12 de Julho de 2019 às 09:33
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Os chineses da Fosun, maiores acionistas do BCP, estão em negociações avançadas para realizarem uma injeção de 750 milhões de libras (834 milhões de euros) na Thomas Cook, a agência de viagens mais antiga do mundo que está a passar por um período de dificuldades financeiras.

 

Depois de várias semanas de especulações sobre a possibilidade de ser a companhia chinesa a "salvar" a Thomas Cook, a Fosun Tourism Group emitiu agora um comunicado com os detalhes do potencial negócio e a Thomas Cook assinalou que as negociações estão em fase avançada e que a injeção de capital da Fosun garante liquidez para a companhia operar até ao próximo inverno (o que até aqui não era garantido).

 

No âmbito desta operação, a Fosun assume o controlo da unidade de viagens da Thomas Cook e uma posição minoritária na companhia aérea da empresa britânica.

 

O negócio será concretizado através da conversão de dívida em ações e de um aumento de capital. A Fosun já detinha 18% do capital da Thomas Cook, sendo que o objetivo de proteger esta participação terá sido o principal motivo para os chineses aceitarem injetar mais dinheiro na companhia.

 

A conversão de dívida vai diluir fortemente a posição dos atuais acionistas, o que explica a queda acentuada das ações da cotada britânica, que estão a afundar 46% na bolsa de Londres. A queda diária é a mais forte desde 2011, o que atirou a capitalização bolsista da empresa para apenas 120 milhões de libras (134 milhões de euros). Já as obrigações estão a reagir em alta, com uma valorização de 18%, embora a cotação persista a menos de metade do valor a que foram emitidas.

 

"Embora este não seja o desfecho que nenhum de nós queria para os nossos acionistas, esta proposta [da Fosun] representa uma solução pragmática e responsável", comentou o CEO da Thomas Cook, Peter Fankhauser.  

 

Thomas Cook e Club Med

 

Criada em 1841, a Thomas Cook vai agora ser integrada num grupo que está presente em variadas áreas de negócio no mercado europeu, mas também no turismo. A Fosun controla o Club Med, tendo comprado esta empresa de resorts em 2015. Conseguiu dar a volta ao negócio sobretudo através do turismo oriundo da China. No ano passado os chineses fizeram 150 milhões de visitas ao estrangeiro, quase 15% mais do que em 2017.

Com a aquisição da Thomas Cook, a Fosun ganha o controlo de um negócio com 11 milhões de clientes e que registou receitas de 7,4 mil milhões de libras no ano passado.

Este resgate da Thomas Cook surge depois de ter pairado recentemente o fantasma da insolvência sobre a agência de viagens, pois a companhia estava com dificuldades em obter financiamento, numa altura em que ao decréscimo acentuado das reservas se juntam as incertezas relacionada com o Brexit. No final de março acumulava uma dívida de 1,9 mil milhões de libras (2,1 mil milhões de euros).

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