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Atividade turística cai mais de 60% em julho

Os estabelecimentos de alojamento turístico receberam um milhão de hóspedes em julho, dos quais mais de 71% eram residentes.

Os turistas vindos de mercados de longa distância eram, antes da pandemia, aqueles que mais estavam a crescer.      Agora, apresentam as maiores quedas.
Mariline Alves
15 de Setembro de 2020 às 11:04
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Portugal recebeu um milhão de hóspedes, responsáveis por 2,6 milhões de dormidas, durante o mês de julho. Estes são números que correspondem a quebras superiores a 60% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas que representa uma clara recuperação face a junho, quando as quedas ainda eram superiores a 80%. Foram os turistas nacionais a suportar esta recuperação.

Os dados foram publicados esta terça-feira, 15 de setembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirma, assim, a recuperação da atividade turística durante o mês de julho, tal como já mostrava a estimativa rápida divulgada há duas semanas.

Ao todo, a hotelaria nacional recebeu em julho 1,024 milhões de hóspedes, responsáveis por 2,62 milhões de dormidas, valores que correspondem a quebras de 64% e 68,1%, respetivamente, em relação a julho do ano passado. Isto num mês em que mais de um quarto (27,8%) dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram qualquer movimento de hóspedes.

Tal como já tinha acontecido no mês anterior, os residentes em Portugal foram responsáveis pela larga maioria destes números: mais de 728 mil hóspedes eram residentes, tendo sido responsáveis por mais de 1,7 milhões de dormidas, números que representam quedas na ordem dos 30%. Já os 296 mil residentes foram responsáveis por 889 mil dormidas, o equivalente a quebras homólogas superiores a 80%.

A taxa de ocupação líquida por cama acabou assim por cair mais de 35 pontos percentuais, fixando-se em 24,2% em julho, enquanto a estada média recuou mais de 11% para as 2,56 noites no mês em análise.

Feitas as contas, no acumulado de janeiro a julho de 2020, Portugal regista 5,4 milhões de hóspedes e cerca de 13 milhões de dormidas, menos 64,2% e 66,4%, respetivamente, do que no ano passado. As quebras são mais acentuadas entre os turistas não residentes (2,3 milhões de hóspedes e 7,2 milhões de dormidas, o equivalente a quebras superiores a 70%), num período em que houve restrições à circulação internacional.

Proveitos travam a fundo

Com a redução dos preços praticados, os proveitos totais da hotelaria acabaram por cair a um ritmo mais acelerado do que o verificado no número de hóspedes e de dormidas.

Em julho, o rendimento médio por quarto disponíveis fixou-se em 25,9 euros, uma queda homóloga de 63%, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado atingiu os 95,4 euros, menos 10,7% do que há um ano. Já no conjunto do ano, o rendimento médio por quarto disponível só chega aos 20,4 euros (menos 56%), enquanto o rendimento por quarto ocupado se fixou numa média de 71,8 euros (menos 16,7%).

Assim, os proveitos totais dos estabelecimentos de alojamento turístico ascenderam a 157,9 milhões de euros em julho, uma quebra homóloga de 70,5%. No conjunto do ano, os proveitos totalizam 696,4 milhões de euros, o que também representa uma quebra de 70%.

Açores, Algarve e Lisboa são as regiões mais afetadas

A redução da atividade turística é verificada em todo o território nacional, mas é particularmente notória nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, no Algarve e em Lisboa.

No acumulado de janeiro a julho deste ano, a região dos Açores registou apenas 315 mil dormidas, menos 75,6% do que em igual período do ano passado, naquela que é a queda mais acentuada a nível nacional.

Segue-se o Algarve, que regista 3,36 milhões de dormidas no conjunto do ano, uma quebra homólogaa de 70,9%. Mesmo assim, o Algarve mantém-se como a principal região turística, com o maior número de dormidas, e apresenta uma recuperação considerando apenas o mês de julho, com uma quebra inferior à média nacional.

Na Área Metropolitana de Lisboa, registaram-se 3,3 milhões de dormidas entre janeiro e julho, menos 68,6% do que há um ano. Já a Madeira totaliza 1,4 milhões de dormidas, uma queda de 66,7% em relação ao ano passado.

Em sentido contrário, as regiões do interior foram as menos penalizadas. O Alentejo regista 848,7 mil dormidas, uma quebra homóloga de 46,2%, enquanto o Centro totaliza 1,5 milhões de dormidas, menos 58,9%.

Notícia atualizada pela última vez às 11h49 com mais informação.
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