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Antes de IPO Airbnb "atrela" prémios aos trabalhadores à segurança

A empresa está a criar um Comité de Partes Relacionadas dentro do conselho de administração e a pretende vincular os prémios dos trabalhadores a métricas de segurança, segundo um comunicado divulgado na sexta-feira.

Yuya Shino/Reuters
18 de Janeiro de 2020 às 15:57
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A Airbnb está a preparar a sua dispersão em bolsa, o que deverá ocorrer ainda este ano, e apresentou uma nova estratégia de governação que pretende valorizar a segurança, a sustentabilidade, a diversidade e aresponsabilidade.

A start-up de alojamento partilhado vai rastrear incidentes que envolvam a segurança dos hóspedes, verificar todos os sete milhões de imóveis listados até dezembro, medir a sua pegada de carbono global e ampliar a diversidade do quadro de pessoal.

Para atingir esses objetivos, a empresa está a criar um Comité de Partes Relacionadas dentro do conselho de administração e a pretende vincular os prémios dos trabalhadores a métricas de segurança, segundo um comunicado divulgado na sexta-feira.

A Airbnb também prometeu ser transparente e relatar os progressos feitos num evento aberto a hóspedes, anfitriões, comunidades, funcionários e investidores.

"Construir um negócio duradouro e bem-sucedido anda de mãos dadas com o de contribuir positivamente para a sociedade", declarou a empresa. "Cada vez mais, é isso que cidadãos, consumidores, funcionários, comunidades e autoridades desejam — e até exigem".

A Airbnb está na defensiva na questão de segurança desde que cinco pessoas morreram em outubro numa casa alugada para uma festa em Orinda, a 30 quilómetros de São Francisco.

A imprensa local começou a dar destaque ao número de tiroteios em imóveis alugados na plataforma Airbnb e familiares dos mortos começaram a questionar a forma da empresa de avaliar os hóspedes.

Em dezembro, o Wall Street Journal publicou uma investigação na qual mostrava que funcionários da Airbnb que pressionaram por medidas de segurança mais rígidas — como a exigência de apresentação de identificação oficial pelos utilizadores — foram derrotados por executivos que temiam que as medidas afastassem novos hóspedes e anfitriões.

A companhia também está em conflito com autoridades em diversas cidades americanas por causa de regulamentos municipais e foi acusada de discriminação contra anfitriões. Avaliada em 31 mil milhões de dólares, a Airbnb tem tudo para ser uma das entradas em bolsa mais badaladas este ano.

Lidar antecipadamente com algumas dessas preocupações pode ajudar a aliviar o receio de investidores após a receção hostil que outras gigantes de tecnologia — como a Uber, a Lyft e a Slack Technologies — receberam no ano passado.

O novo Comité de Partes Relacionadas será liderado por Belinda Johnson, que vai deixar o cargo de diretora de operações para se juntar ao conselho, em março. A empresa também doará 100 milhões de dólares a projetos locais que promovam o património cultural, a vitalidade económica, as comunidades sustentáveis e demonstrem claro impacto local, de acordo com o comunicado.

Essas novas iniciativas exercerão pressão sobre uma empresa que prepara uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Verificar todos os imóveis listados até dezembro significa que os funcionários precisarão avaliar dezenas de milhares de listagens por dia. Mas a Airbnb diz que está apenas a começar.

"Quando nos sentámos para começar esse trabalho, sabíamos que estávamos encarando uma tarefa difícil e séria. Nós podemos dar-nos ao luxo de pensar em problemas e oportunidades que exigirão trabalho de diversas equipas ao longo de vários anos", declarou a empresa. "Não estamos nem perto do final".

Texto original: Airbnb Revamps Corporate Governance, Tying Bonuses to Safety
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