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Sindicato dos motoristas tem propostas para impedir greve que "sempre quis evitar"

Vice-presidente do SNMMP, Pardal Henriques, tem em cima da mesa um plano coletivo de trabalho de seis anos com aumentos de 50 euros de ano para ano a partir de 2021.

Lusa
Negócios 03 de Agosto de 2019 às 11:38
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O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, admite que ainda é possível evitar a greve prevista para o próximo dia 12 de agosto e tem em cima da mesa um plano coletivo de trabalho de seis anos - ao contrário dos contratos de dois anos que estão a ser negociados - com aumentos de 50 euros de ano para ano a partir de 2021.

A proposta, revelada em entrevista ao Expresso, faria com que os funcionários com 700 euros de salário-base em 2020 passassem a receber 1000 euros em 2025. "Ficavam todos a ganhar: os motoristas iriam ganhar mais em 2025 e a ANTRAM não ia ficar refém dos pedidos de aumentos de motoristas em cada final de contrato de curta duração", refere Pardal Henriques.

"Existem várias propostas que nós queremos apresentar ao senhor ministro das Infraestruturas [Pedro Nuno Santos] e à ANTRAM [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias]" na reunião que terá lugar na segunda-feira, disse à Lusa Pedro Pardal Henriques.

"A questão é que a ANTRAM não se quer sentar com os sindicatos, não quer ouvir propostas e quer colocar o país neste estado de alerta", acusa o dirigente sindical, garantindo que o sindicato pretende encontrar uma solução que evite a greve.

Sempre quisemos evitar a greve

"Nós sempre quisemos evitar a greve. O problema é que quando as pessoas não negoceiam connosco, nem sem greve nem com pré-aviso nem durante a greve, é difícil evitar-se este confronto", considerou Pardal Henriques.

O vice-presidente do SNMMP adiantou que na reunião marcada para segunda-feira no Ministério das Infraestruturas estarão presentes os dois sindicatos independentes que decretaram a greve, não havendo ainda confirmação de que a ANTRAM estará presente.

Pardal Henriques considerou ainda "lamentável" a posição do primeiro-ministro, António Costa, sobre a greve dos motoristas, manifestada na sexta-feira, em Loulé, após a reunião semanal com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.


"É lamentável que o senhor primeiro-ministro venha dizer aos portugueses que o que importa aqui não são os trabalhadores", mas sim "as férias e o poder económico", afirmou Pardal Henriques.

Para o dirigente do SNMMP, o primeiro-ministro "veio mostrar que o poder político está aliado ao poder económico em Portugal e que é isso o mais importante".


António Costa afirmou sexta-feira que "há um claro sentimento nacional de revolta e incompreensão perante uma greve que é marcada para o meio de agosto de 2019, quando já estão acordados aumentos salariais de 250 euros para janeiro 2020, e o que está em causa são os aumentos salariais para 2021 e 2022".

"Abastecimento de serviços essenciais está garantido"


O advogado considera que é "um bocadinho excessivo" dizer que os portugueses vão estar reféns dos motoristas durante a greve , pois "uma greve tem sempre impacto na economia". Segundo o vice-presidente da SNMMP, "o país entrou em caos em abril mas não por culpa dos sindicatos". "O Governo estipulou seviços mínimos de 40% mas só para Lisboa e Porto, dizendo que os portugueses de primeira
eram só dessas cidades. No resto do país, as pessoas consideraram-se excluídas e o combustível acabou."

O representante dos motoristas de matérias perigosas diz ao semanário que "o abastecimento de serviços essenciais está garantido" e que a proposta do sindicato passa por estabelecer 25% de serviços mínimos nos restantes setores.

Pardal Henriques considera aindam que existirão "infiltrados" para causar confusão na greve. "Os infiltrados podem vir dos 'coletes amarelos', que tentaram associar-se à greve, mas também de alguma empresa de camionagem", acrescenta.


Francisco São Bento, presidente do Sindicato Nacional das Matérias Perigosas (SNMMP), confirmou à Sábado que na próxima segunda-feira terá uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação. Às 11h30, será recebido pelo Governo, mas não levanta o aviso prévio de greve para 12 de agosto.

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