Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

PSD vai viabilizar concurso para TGV, mas deixa várias críticas ao PS e a Pedro Nuno Santos

O PSD vai votar a favor da resolução do PS para avançar com o concurso para a construção da linha de alta velocidade Lisboa/Porto "para não adiar mais problemas de mobilidade no país". Mas deixou várias recados ao PS e ataques ao antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Partidos mais ao centro saem chamuscados da crise e os extremos beneficiam.
João Cortesão
09 de Janeiro de 2024 às 16:54
  • ...
O PSD confirmou que não se vai opor à resolução dos socialistas relativa à construção da linha de alta velocidade Lisboa/Porto "para não adiar mais problemas de mobilidade no país". A garantia foi dada logo no início do debate que está a decorrer no Parlamento pelo deputado do PSD, Paulo Rios Amorim. Mas o debate ficou marcado pela troca de acusações ao PS por "arrastar" as decisões e por vários ataques a Pedro Nuno Santos, que está presente no debate como deputado do PS, e não só pelo PSD.

Esta terça-feira de manhã, os sociais-democratas já tinham anunciado que ia votar favoravelmente porque o partido "nunca será um entrave ao desenvolvimento", segundo uma nota escrita enviada à Lusa e assinada pelo vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz.

No Parlamento, Paulo Rios Amorim reforçou que "o país já perdeu demasiado tempo e esta seria a segunda candidatura falhada por incompetência e impreparação do Governo português, liderado pelo Partido Socialista". Uma posição partilhada praticamente por quase todos os partidos da oposição. 


O lançamento do concurso público para a primeira fase do projeto da alta velocidade entre Lisboa e Porto, proposto na resolução do PS  hoje votada, "é decisivo" para a candidatura desta obra aos 729 milhões de euros de financiamento afeto a Portugal no âmbito do CEF (Mecanismo Interligar a Europa, na sigla em inglês), a qual termina no final deste mês. Esta é a conclusão apresentada pela Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) a um pedido de esclarecimento do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, como o Negócios noticiou.
 

O deputado do PSD falou por várias vezes em "incompetência do Governo" por "deixar para os últimos dias" o avanço de dossiers importantes, como é o caso da ferrovia. E não poupou críticas ao novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos. "Estraga tudo onde toca", disse sobre o antigo ministro das Infraestruturas, referindo-se não só à alta velocidade, mas também à pasta da habitação, onde "nada foi feito" e até houve  "degradação total". Relembrou a polémica decisão de Pedro Nuno Santos sobre o novo aeroporto e o caso TAP. 


Mas os recados não ficaram por aqui. Paulo Rios Amorim disse ainda que o PSD não  se iria opor à candidatura por parte do Estado português, apesar de "desconhecer informações técnicas ao projeto, assim como o modelo de financiamento de exploração da futura alta velocidade ferroviária", que têm conhecido através dos jornais.

Em resposta, o deputado socialista Hugo Costa, respondeu que "o modelo de financiamento é conhecido desde setembro de 2022" e considerou o ataque a Pedro Nuno Santos "um sinal de desespero do PSD em relação ao novo líder do PS".

Durante o debate, todos os partidos manifestaram que iriam votar favoravelmente à resolução do PS para avançar com a proposta de candidatura pela importância do projeto da alta velocidade para o país. Mas não pouparem críticas ao facto de o tema estar a ser debatido "a uma semana da Assembleia da República fechar, quando ja podia ter sido feito há 9 anos", referiu Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal. 

O deputado deixou também críticas a Pedro Nuno Santos, considerado "o Deus dos comboios",por ter ficado na fila detrás do Plenário e não se ter juntado ao debate.

Antes, Rui Rocha, presidente da IL, tinha deixado acusações em duas direções": "Entre um PS que arrasta os pés e um PSD que hesita, a IL avança para este projeto com confiança", referiu.

Já Bruno Dias, do PCP, acrescentou que "o PS e o PSD são cúmplices na destruição da ferrovia em Portugal". 

Por sua vez, Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, sublinhou que a linha de alta velocidade
 "é de facto importante para o pais". Porém, lembrou que este tipo de obras tem impacto a vários níveis e pode levar, por exemplo, ao realojamento de famílias. Por isso, apela que seja feita uma "auscultação pública".


(Notícia atualizada às 17h30)




Ver comentários
Saber mais TGV transportes política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio