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Prejuízos da CP encolhem mais do que o previsto para 112 milhões de euros

O aumento dos proveitos de tráfego da CP foi de 8,5% no ano passado, mas os resultados com a operação continuam a ser negativos. Ainda assim, os prejuízos diminuíram em 2017, ano em que o Estado injectou 516 milhões de euros na CP.

Miguel Baltazar
30 de Abril de 2018 às 17:43
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A CP registou prejuízos de 112 milhões de euros no ano passado, um número que representa uma redução de 23% em relação aos 145 milhões de euros registados em 2016, de acordo com o relatório e contas de 2017 divulgado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O resultado líquido negativo alcançado pela empresa de transporte ferroviário é cerca de 28% melhor do que o previsto no plano de actividades e orçamento para o ano passado.

 

A justificar este resultado negativo, mas melhor do que o esperado, esteve a operação. Os proveitos de tráfego cresceram 8,5% no ano passado, situando-se em praticamente 250 milhões de euros. A evolução deveu-se à subida dos preços dos bilhetes nos serviços urbanos, mas também ao aumento da procura.

 

"Em 2017, foram transportados pela CP cerca de 122 milhões de passageiros, correspondendo a um aumento de 6,3% relativamente a 2016 e representando, em termos absolutos, um acréscimo de aproximadamente 7,2 milhões de passageiros transportados", adianta o relatório e contas. Este número representa mais 6,3% do que o previsto no plano de actividades e orçamento da transportadora presidida por Carlos Nogueira desde o Verão do ano passado, quando substituiu Manuel Queiró.

 

O resultado recorrente da actividade de transporte de passageiros, que a CP designa de EBITDA recorrente (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações recorrente), foi de 14,6 milhões de euros. O resultado operacional – que envolve já resultados de subsidiárias e gastos com equipamento – foi de 36 milhões de euros negativos.

 

O resultado financeiro, de juros pagos em financiamentos, embora ficando acima do estimado, "em virtude fundamentalmente de taxas de juro inferiores ao inicialmente esperado", pesou com perdas de 77 milhões. Daí o resultado líquido negativo de 112 milhões.

 

Em 2017, o Estado injectou 516 milhões de euros na CP, sobretudo para a amortização da dívida que se vencia no ano passado. A situação patrimonial continua, contudo, a ser deficitária. O activo é de 618 milhões de euros, o passivo ascende a 2,7 milhões. Apesar destas injecções estatais, a CP continua sem receber indemnizações compensatórias pela prestação de serviço público.

 

A CP, que continua alvo de restrições financeiras, fez investimentos na ordem dos 16,3 milhões de euros em 2017, nas "intervenções indispensáveis para garantir a segurança e a operacionalidade do material circulante". Só 41% dos investimentos previstos foram realizados.

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