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IP encomenda estudo para pedir à UE exceção para construir nova linha em bitola ibérica
IP assume que se a nova linha for construída em bitola ibérica e depois for necessário estreitar os carris para o padrão europeu tal vai implicar a redução do número de viagens de alta velocidade entre Lisboa e Porto entre um e dois anos.
A Infraestruturas de Portugal (IP) encomendou um estudo à consultora TIS que vai servir para pedir a Bruxelas uma exceção temporária aos regulamentos europeus para construir em bitola ibérica a nova linha ferroviária entre Porto e Lisboa, avança, esta sexta-feira, o Diário de Notícias (DN).
Em concreto foi solicitada uma análise custo-benefício comparativa entre construir a nova linha em bitola ibérica (carris separados por 1668 milímetros) - e depois mudá-la para a medida-padrão - ou então executar a empreitada já com os carris separados por 1.443 milímetros, que terá de estar feita até ao final de abril. Segundo o jornal, a IP assume que se a nova linha for construída em bitola ibérica com travessas polivalentes, posta em funcionamento e, depois, for necessário estreitar os carris para o padrão europeu, isso vai implicar a redução do número de viagens de alta velocidade entre Lisboa e Porto entre um e dois anos.
Portugal tem de submeter, até 19 de julho de 2026, à Comissão Europeia "uma avaliação que indique as linhas ferroviárias existentes, situadas nos corredores europeus de transporte, tendo em vista a eventual migração destas para a bitola nominal da norma europeia de 1435mm". Esse documento, explica o DN, "deve incluir uma análise dos custos e benefícios socioeconómicos quanto à viabilidade da possível migração" e uma "avaliação do impacto" da alteração na interoperabilidade, isto é, na possibilidade de um mesmo comboio circular em vários países sem necessitar de grandes alterações.
E no máximo um ano, após submetida a avaliação, Portugal tem de indicar as linhas que se situam nos corredores transeuropeus e qual deve ser o calendário da migração. A partir dos dois documentos, a Comissão Europeia pode conceder uma isenção temporária a Portugal, caso seja negativa a análise dos custos e dos benefícios socioeconómicos de uma eventual construção das novas linhas, logo à partida, em bitola europeia.