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Governo rejeita "problema de sobrelotação" nos comboios de Lisboa

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, garante que a lotação da "esmagadora maioria" dos comboios da Área Metropolitana de Lisboa está atualmente abaixo dos 50%.

Diogo Pinto/Correio da Manhã
29 de Junho de 2020 às 17:00
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O número de casos de covid-19 continua a aumentar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), mas o Governo descarta que os transportes públicos sejam um dos principais focos de contaminação. Segundo o Ministro das Infraestruturas e da Habitação, a lotação média da "esmagadora maioria" dos comboios que circulam na AML está abaixo dos 50%, "ou mesmo dos 30%".

Em declarações prestadas aos jornalistas esta segunda-feira, Pedro Nuno Santos assegurou que "não existe neste momento um problema de sobrelotação" nos comboios da região de Lisboa. "Em 662 comboios que circulam por dia na AML, só meia dúzia rondam a lotação máxima de dois terços", adiantou o ministro, um valor "muito baixo para o que é normal".

Às "dúvidas e alguma insegurança" sentida pelos utentes, Pedro Nuno Santos responde com números. Entre os mais de 2.200 trabalhadores da CP "cujo meio de trabalho é o comboio", foram identificados nove casos de covid-19, sendo que seis casos foram em maquinistas e três em revisores. Entre os cerca de 700 profissionais que fazem a limpeza dos comboios não foram, para já, identificados quaisquer casos.

"Temos a tendência de olhar para os transportes públicos como os responsáveis pelo contágio. Mas é importante olharmos para os números, para relativizarmos a importância que estamos a atribuir ao comboio na propagação do covid. Mesmo que algumas imagens possam transmitir a ideia de que temos comboios sobrelotados, a verdade é que a lotação está muito abaixo dos dois terços. Não excluímos que possa haver um comboio que atinja os dois terços, ou até pontualmente um valor acima acima. Mas falharemos na resposta ao problema se estivermos a olhar para o sitio errado", declarou o ministro.

Pedro Nuno Santos adiantou que atualmente é impossível aumentar a frequência de circulação de comboios na AML, porque "a rede de infraestrutura tem limitações", que só poderão ser alteradas "quando se fizerem investimentos de fundo na via de cintura". Em causa, está a quadruplicação da linha entre o Areeiro e o Oriente e a ampliação da própria gare do Oriente, além da compra de mais comboios.

No curto prazo, o grupo de trabalho que junta o Governo, a CP e Infraestruturas de Portugal está a estudar o aumento da oferta através da alteração aos horários dos comboios. É um trabalho que demora "cerca de três meses", pelo que só em setembro é que haverá novidades. "Não conseguimos ter essa percepção hoje, porque uma mudança de horários na AML vai implicar alterar horários em todo o país. Não vou criar expetativas, porque os ganhos serão sempre marginais".

O governante rejeitou ainda a ideia de que os autocarros podem ser uma alternativa ao transporte ferroviário, porque "um comboio transporta duas mil pessoas na linha de Sintra, enquanto um autocarro leva 50". Além de que o comboio, de Sintra a Entrecampos, "demora 40 minutos, e o autocarro teria de ir pelo IC19", argumentou. Ainda assim, o ministro reconhece que "se os privados que gerem a rede de autocarros puderem aumentar a sua frota, marginalmente isso ajudará a mobilidade".

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