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PSD pede demissão de Medina devido aos surtos de covid-19 em Lisboa

O autarca lisboeta atribuiu o aumento de casos de coronavírus às "más chefias” e a oposição não perdoou. Aponta erros à gestão municipal e diz que “deverá ser consequente com as palavras e ser o primeiro a demitir-se".

Miguel Baltazar
30 de Junho de 2020 às 13:22
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Depois de ouvir o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que lidera também a Área Metropolitana, dizer que o aumento do número de infetados por covid-19 na região se deve a "más chefias e pouco exército", o PSD diz que "parece que Medina acabou de pedir a demissão de Medina".

 

Numa nota enviada às redações, o líder da bancada laranja na Assembleia Municipal, Luís Newton, denuncia que o autarca "demorou semanas a aceitar a desinfeção de espaços públicos, não quis testar os próprios funcionários (…), não preparou a Carris para o período de distanciamento social e encorajou um desconfinamento relaxado" na capital, que já tem mais casos de covid-19 do que a Grécia e que em agosto recebe a fase final da Liga dos Campeões.

 

Não ter distribuído máscaras "que teriam sido fundamentais para evitar a propagação, por exemplo, nos bairros municipais", a rejeição de medidas especiais de emergência para Lisboa e nada ter feito contra "as manifestações e comícios que puseram em risco o controlo do surto" foram os outros "erros" apontados pelos social-democratas.

 

"Medina não faz isto num súbito acesso de consciência para proteger as suas populações. Faz isto na sequência da desavença do primeiro-ministro com os técnicos de saúde na última reunião do Infarmed. A verdade é que o secretário de Estado de Lisboa (sim, dificilmente neste período terá sido um verdadeiro presidente de Câmara) deverá ser consequente com as suas palavras e ser o primeiro a demitir-se", conclui Luís Newton.

 

Nas últimas semanas, a região de Lisboa e Vale do Tejo tem concentrado a maior parte dos casos de novos infetados pelo coronavírus no país. Numa crítica às autoridades públicas, nomeadamente à Direção-Geral de Saúde, Fernando Medina disse que "ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos".

 

"Isto é um alerta claro [para a] qualidade das chefias. Se não dão provas de conseguir é essencial que sejam mudadas agora, não é daqui a uma semana, 15 dias ou um mês. Daqui a um mês é tarde e vamos estar a correr atrás de um prejuízo", acrescentou o socialista que sucedeu a António Costa na liderança do município.

 

O Governo decidiu na semana passada que Portugal vai estar a partir desta quarta-feira, 1 julho, dividido em três níveis de alerta para fazer face à pandemia de covid-19: a maior parte do país passa para situação de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa para situação de contingência (nível intermédio), enquanto 19 freguesias daquela zona mantêm o estado de calamidade.

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