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CP reduz prejuízos para 74 milhões de euros
A Comboios de Portugal (CP) fechou o primeiro semestre com um prejuízo de 74 milhões de euros, o que corresponde a uma melhoria face ao período homólogo.
A CP, que concluiu o processo de privatização da CP Carga em Janeiro deste ano, reduziu os prejuízos para 74 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, segundo adiantou a transportadora em comunicado à CMVM.
A melhoria, de 36%, é justificada pela empresa com a "melhoria do resultado financeiro, motivada pela redução do passivo financeiro e dos encargos com juros e gastos similares suportados pela empresa, a redução das provisões constituídas" e o aumento dos proveitos de tráfego "que compensou o menor volume de serviços prestados à Medrail (ex-CP Carga) na sequência da transferência de material circulante para aquela empresa", referiu o mesmo comunicado.
No entanto, a empresa sofreu com o impacto negativo no resultado líquido de 2,6 milhões de euros por não ter sido aprovada para aderir ao "regime especial aplicável aos activos por impostos diferidos".
Passageiros aumentam
A CP fechou o primeiro semestre com mais de 56 milhões de passageiros transportados, um aumento de 1,2% face ao período homólogo e de 6,1% quando comparada com os primeiros seis meses de 2013.
A transportadora destacou o crescimento do longo curso, com um aumento de 10,6% face a 2015 e de 32,5% quando comparado com 2013. A empresa referiu que esta performance se deve a "diversas acções de carácter comercial e de combate à fraude", além do "clima de paz laboral e a recuperação dos indicadores económicos no país".
Com isso, os proveitos de tráfego atingiram os 110 milhões de euros, mais 4,6% (cinco milhões de euros) do que em igual período do ano passado.
Por outro lado, a CP reduziu o seu efectivo em 62 colaboradores, uma decida de 2% em relação ao primeiro semestre de 2015, contabilizando saídas e entradas de trabalhadores na empresa.
O passivo da empresa reduziu-se em 332,2 milhões de euros no primeiro semestre. A empresa realça cinco razões para isso: a diminuição dos financiamentos obtidos em 282,7 milhões de euros, graças aos aumentos de capital que o Estado realizou na CP; aumento das provisões em 10,9 milhões de euros (ainda relacionado com a recusa de adesão ao regime especial aplicável aos activos por impostos diferidos); diminuição do saldo de fornecedores e outras contas a pagar em 54,1 milhões de euros; redução dos diferimentos no valor de cinco milhões; decréscimo dos passivos financeiros detidos para negociação em 1,3 milhões.
O comunicado adiantou ainda que o grupo registou no primeiro semestre "uma redução de 282,7 milhões de euros face ao final de 2015, em consequência fundamentalmente da amortização de empréstimos Eurofima e BEI, e da conversão em capital estatutário da CP do serviço da dívida vencido, relativo ao empréstimo do Estado". A dívida do grupo chegava aos 3,6 mil milhões de euros em Junho de 2016.
(Notícia actualizada às 11.15)