Notícia
Construção da linha vermelha do Metro à espera da Proteção Civil
A secretária de Estado da Mobilidade disse no Parlamento que o atraso nos três projetos do Metro de Lisboa - linha circular, linha vermelha e metro ligeiro Loures-Odivelas - é, em média, de 24 meses e o desvio financeiro de quase 500 milhões de euros.
A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, revelou esta terça-feira no Parlamento que a obra de prolongamento da linha vermelha do Metro de Lisboa entre São Sebastião e Alcântara, que foi adjudicada no final do ano passado ao consórcio da Mota-Engil, "ainda não avançou para o terreno" por duas razões.
"Falta obter o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) e a autorização da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil", disse, explicando que sem isso "não é possível avançar com a obra".
Na audição sobre os atrasos nas obras do metro, requerida pelo PS, a secretária de Estado confirmou o desvio financeiro de cerca de 500 milhões de euros e atrasos entre 18 e 30 meses na concretização dos projetos da linha circular, prolongamento da linha vermelha e construção da linha violeta (metro ligeiro de superfície entre Loures e Odivelas).
A responsável admitiu riscos de se comprometer as fontes de financiamento europeu "se nada fosse feito". Mas garantiu que "tudo faremos para colmatar os desvios".
Cristina Pinto Dias confirmou aos deputados que no concurso para a linha violeta as propostas foram entregues na passada sexta-feira, afirmando apenas que o processo está nas mãos do júri e que aguarda "pelos resultados da recepção e análise das propostas".
Sobre a linha circular que vai resultar do prolongamento entre as estações do Rato e Cais do Sodré, e que deverá estar concluída no próximo ano, a responsável remeteu a possibilidade de vir a funcionar "em laço" para dois estudos pedidos a consultoras que só serão entregues em novembro e em dezembro.
Quanto ao investimento do Metropolitano de Lisboa em 14 novas unidade triplas (42 carruagens), Cristina Pinto Dias diz que entrarão em operação em janeiro de 2025.
"Não há crescimento sem sofrimento", afirmou, acrescentando que "em janeiro vamos olhar para trás e dizer que valeu a pena".
Questionada ainda sobre o passe ferroviário verde, que entrou esta segunda-feira oficialmente em comercialização, atualizou os dados avançados pela CP às 18 horas de ontem, para afirmar que no primeiro dia foram vendidos 2.700 destes novos títulos.