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Companhias aéreas pedem espaço aéreo "sem disrupções e digitalizado" na UE

Organização que representa 70% do tráfego aéreo europeu, e que se reúne esta quarta-feira em Bruxelas para a cimeira anual promovida pelo setor, quer ainda novas formas de financiamento para crises como a da covid-19.

2020 foi um ano ilustrado por aeronaves estacionadas nas pistas dos aeroportos de todo o mundo.
Miguel Baltazar
29 de Março de 2023 às 12:54
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As companhias aéreas da Airlines for Europe (A4E) exortaram esta quarta-feira a um espaço aéreo "sem disrupções e digitalizado" na UE, defendendo também novas formas de financiamento para crises como a da covid-19, quando perderam 5,6 mil milhões de euros.

No dia em que as transportadoras aéreas da A4E, uma das maiores associações na União Europeia (UE), se reúnem em Bruxelas para a cimeira anual promovida pelo setor, esta organização que representa 70% do tráfego aéreo europeu vinca que "as múltiplas crises já não podem ser utilizadas como desculpa para atrasar a reforma do espaço aéreo na Europa e agora é o momento de fazer o que é preciso para as companhias aéreas, os passageiros e o ambiente".

Numa altura em que os níveis de tráfego aéreo na UE se aproximam do seu pico pré-pandemia, as empresas da A4E salientam a "necessidade de um espaço aéreo sem descontinuidades e digitalizado", apelando para uma reforma do espaço aéreo que iria permitir às companhias aéreas voar nas rotas mais eficientes e reduzir as emissões poluentes em 10%, reduzir os atrasos e os cancelamentos e introduzir mais tecnologia aeronáutica e digitalização.

Além disso, as transportadoras aéreas apelam a novas formas de financiamento da gestão do tráfego aéreo, depois de um estudo hoje apresentado da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, ter revelado esta necessidade "para garantir que as companhias aéreas não sejam as únicas a pagar a conta durante futuras situações de crise", segundo a A4E.

Dados da associação europeia indicam que, devido à pandemia de covid-19, as companhias aéreas da UE perderam 5,6 mil milhões de euros entre 2019 e 2021, sendo que, nalgumas regiões, os custos unitários aumentaram neste período em 130% sem quaisquer alterações no desempenho.

"O estudo conclui que a gestão do tráfego aéreo na Europa é fragmentada e complexa e requer reformas estruturais dentro de um quadro regulamentar bem concebido, credível e transparente, conduzindo potencialmente a um modelo de concurso para todos os serviços, [....] o que poderia permitir, em última análise, que uma série de empresas especializadas que prestam serviços competissem livremente no mercado", assinala a A4E.

Numa altura em que se assinalam trinta anos após a entrada em vigor do mercado único da aviação, estas que são das principais companhias aéreas europeias sublinham que "estas reformas são cruciais quando arranca uma 'corrida' global para o investimento sustentável", numa alusão à lei de redução da inflação dos Estados Unidos e aos subsídios 'verdes'.

O mercado único de aviação é responsável por milhões de empregos da UE, contribui com mais de 600 mil milhões de euros em valor acrescentado e representa cerca de 4% do PIB comunitário, desempenhando ainda um papel essencial para assegurar a conectividade da Europa.

O setor da aviação foi um dos mais afetados pela pandemia, tendo as companhias aéreas membros da A4E perdido cerca de 500 milhões de passageiros entre 2020-2021 em comparação com 2019 e despedido 150 mil funcionários.

No verão de 2022, as companhias aéreas representadas pela A4E foram afetadas por disrupções causadas por uma procura acima do esperado, falta de pessoal devido aos despedimentos durante a pandemia e situações como greves de tripulação ou de controladores aéreos e falta de infraestruturas.

Criada em 2016, a A4E tem como membros 16 companhias aéreas que operam na UE como o grupo Air France-KLM, easyJet, grupo Lufthansa, Ryanair, TAP Air Portugal, TUI, entre outras.
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