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Autoestradas do Douro Litoral vendida à Igneo

O fundos liderados pela SVP e investidores minoritários chegaram a acordo para vender a AEDL à Igneo Infrastructure Partners. A transação, que terá ultrapassado os 400 milhões de euros, deve ser concluída ainda este ano.

A concessão Douro Litoral integra as autoestradas A32, A41 e A43 e tem 79 quilómetros de extensão.
Ricardo Meireles
18 de Julho de 2024 às 13:12
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Os fundos de investimento geridos pela Strategic Value Partners (SVP), assim como outros investidores minoritários, acordaram a venda da concessionária Autoestradas do Douro Litoral (AEDL) a fundos geridos pela Igneo Infrastructure Partners.

Fonte conhecedora do processo adiantou ao Negócios que o valor da venda é superior a 400 milhões de euros.

Além do fundo de investimento, eram também dadas como estando na corrida à compra da concessionária portuguesa a Abertis e a Globavía.

Em fevereiro, o Negócios avançou que os fundos liderados pela SVP tinham contratado a Goldman Sachs e a Natixis para avançarem com a venda da concessionária que gere as autoestradas A43, A41 e A32, que servem a Área Metropolitana do Porto e contam com mais de 73 quilómetros de extensão.

A venda, segundo foi então noticiado, poderia ultrapassar os 400 milhões de euros, tendo em consideração as transações mais recentes na Europa no setor das autoestradas com portagens, feitas por 12 a 15 vezes o EBITDA. Como o EBITDA esperado para a AEDL em 2024 ultrapassa os 35 milhões de euros, isso implicaria uma avaliação da concessionária em pelo menos 420 milhões.

No comunicado enviado esta quinta-feira, em que o valor da operação acordado não é divulgado, a SVP recorda que adquiriu a AEDL em 2021 à Brisa, depois de a empresa ter estado em incumprimento das suas obrigações de serviço da dívida.

Desde então mudou a equipa de gestão da concessionária e renegociou o contrato de operação e manutenção da estrada operada pela Ascendi, o que diz ter proporcionado "poupanças significativas aos acionistas".

 

A concessão foi atribuída à AEDL em 2007 por um período de 27 anos, tendo as operações começado em 2012.

 

"Sob a gestão da SVP, o tráfego rodoviário da AEDL aumentou a uma Taxa de Crescimento Anual Composto (CAGR) de 16%, excedendo os níveis pré-covid em 37% e tornando-a a estrada com portagem com o crescimento mais rápido em Portugal", diz na mesma nota.

 

Os fundos vendedores dizem ainda que a transação da AEDL está ainda sujeita às aprovações habituais do concedente e das entidades reguladoras e "espera-se que seja concluída ainda este ano".

Além da Goldman Sachs International e da Natixis Partners Iberia, que atuaram como consultores financeiros, a CS'Associados e a PLMJ foram os consultores jurídicos da venda.

 

"Estamos prontos para a próxima fase de crescimento da nossa empresa, damos as boas-vindas à Igneo como novo acionista e esperamos trabalhar com eles nos próximos anos", afirmou o CEO da AEDL, Tiago Rodrigues, citado no comunicado, acrescentando que "a AEDL é um ativo sólido com perspectivas futuras ambiciosas".

 

Já Álvaro Fabian, managing director da SVP, afirmou na mesma nota que "a AEDL tem sido um investimento de grande sucesso para nós, permitindo-nos demonstrar todos os pilares fundamentais da nossa filosofia de investimento. Depois de liderarmos a reestruturação financeira da empresa, melhorámos as operações e o desempenho. Agradecemos à equipa de gestão da AEDL pela sua parceria ao longo dos anos"

 

Por seu lado, Hamish Lea-Wilson, sócio e diretor da Igneo para a Europa, mostrou-se "muito satisfeito" pelo acordo de compra da AEDL. "A carteira de auto-estradas combina um longo historial, um forte crescimento do tráfego e um perfil de fluxo de caixa atrativo - acreditamos que será uma grande adição à nossa carteira de diversos ativos de infraestruturas em toda a Europa", apontou ainda, acrescentando que "estamos ansiosos por trabalhar com a equipa de gestão da AEDL para continuar a desenvolver a empresa".

A Igneo Infrastructure Partners é uma equipa de investimento autónoma do grupo First Sentier Investors Group que investe em empresas de infraestruturas no Reino Unido, Europa, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia. A Igneo geria aproximadamente 18,8 mil milhões de dólares em ativos em 31 de março em nome de mais de 200 investidores institucionais em todo o mundo.

Em Portugal, os fundos de infraestruturas geridos pela Igneo Infrastructure partners detêm 75% da produtora de energia renovável Finerge.

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